Damn Youth e Surra, as duas revelações do Thrash Crossover atual lançam novos clipes

Apesar de não serem tão novas assim, as bandas Damn Youth e Surra tem sido consideradas grandes revelações do Thrash e Crossover nacional, conquistando a cada dia mais fãs. Na última semana, ambas as bandas lançaram clipes muito arretados. Para os saudosos da MTV, já podem favoritar no YouTube de vocês, pois são produções para se ver de novo.

O Surra vem fazendo um ótimo trabalho de divulgação de seu último disco e o clipe, em poucos dias já atingiu a marca de 9 mil views. Se tratando de uma banda independente, esse é um resultado muito bom.

A Damn Youth optou por um registro ao vivo, que também agradou aos fãs.

EXPO UNDERGROUND HELLCIFE acontece nesse domingo em Recife

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Expo Underground Hellcife
27/10 – 14 hrs. Entrada GRATUITA

Expositores:
-De Profundis
-Withougod Distro
-The Grotesque Distro
-Mugs Canecas Personalizadas
-Gravura Arte Studio
-Burn Records
-Giva Artes Obscuras
-Unholy Attack Distro
-Fanzine Acclamatur
-Baú do Agô Discos e cds
-Necro Artes artesanatos
-Dead Paradise Records
-Recifezes Zine
-Your Poison Records
-Hugo Discos
-Hellcife Distro
-Toräs Diströ
-ManowarKill Distro
-Metal Heart
-Atelier Arrudeia
-Hellcife Underground

Mais informações no evento: https://www.facebook.com/events/2975908262484584/

Ação Direta “Na Cruz da Exclusão”: A Maestria no Hardcore Brasileiro

Com mais de três décadas de estrada, o Ação Direta lança este mês seu novo disco, Na Cruz da Exclusão, que sai numa parceria da Monstro Discos com a Xaninho Discos trazendo uma homenagem à banda Dorsal Atlântica. A versão de ‘Caçador da Noite’ também ganhou um videoclipe já disponível no YouTube.

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“Na Cruz da Exclusão” se inicia com com o som “Devorar”, que conta com uma intro tensa, que dá lugar a batidas insanas e um berro transtornado. “Viver é regredir” é um hardcore rápido com riffs bem construidos e criativos, que quebram pra um refrão insano. Na sequência temos “Secular” que fala sobre crimes ambientais, contra a cultura e o assassinato a 80 tiros, em assassinos que acabam sem punição, devido ao sistema. “Artificial” começa com um riff mais pesado sozinho que na sequência ganha o apoio dos demais instrumentos, ganhando corpo, que logo dá lugar ao hardcore que pede por pogo. “Sitiado” é um dos sons mais legais do trabalho, com uma pegada mais crossover. “Imbecilização da Raça” fala sobre a intolerância vinda de pessoas imbecis, com uma sequência de adjetivos com a letra “i”, é o meu som preferido do trabalho. “Na Cruz da Exclusão”, que dá nome ao álbum, é um som que fala sobre polarização e tem um baixo marcante e riffs clássicos do crust, com um tum pá tum pá convidativo ao pogo. Na sequência temos “What Should I Do With My Life”, único som em inglês, que ficou muito bom. A métrica de Gepeto ficou muito bem encaixada e fácil de grudar em nossas cabeças. É o segundo som mais legal do disco. “O.C.E.A.N.” conta com riffs do metal, com a clássica cavalgada, um ótimo som. “Caçador da Noite” começa com um discurso que dá licença a velocidade. Fechando o disco “Tempos de Individualização” fala sobre a perda do senso coletivo e exacerbada individualização dos tempos atuais.

Esse é mais um dos excelentes trabalhos lançados em 2019 (em que as bandas estão inspiradas pelas desgraças do atual governo) e que tem tudo para se tornar um clássico. Parabéns aos envolvidos!

Psica Festival anuncia Djonga, Sepultura, Krisiun e Jaloo, mostrando mais uma vez porque é um dos principais festivais de diversidade do país

Festival ocorre entre os dias 19 e 22 de dezembro, e terá ainda atrações como Viviane Batidão, Luedji Luna e MC Tha.

Após annciar previamente Luedji Luna, Sepultura e Johny Rockstar, o Psica Festival divulgou o line-up completo na madrugada deste sábado (19). Desta vez, nomes como o rapper mineiro Djonga, a paulista MC Tha e os paraenses Jaloo e Viviane Batidão, entraram na programação. O evento ocorre entre os dias 19 e 22 e dezembro deste ano. 

Com dois dias de maratonas de shows, o Psica Festival soma quase 30 atrações, incluindo desde nomes da cena paraense até os repercussão nacional. São headliners da edição: Sepultura, Luedji Luna, Djonga, Jaloo, Mc Tha, Krisiun e Viviane Batidão.

Completam o line-up: Sammliz, Nervo Caos, Bruno B.O, Johny Rockstar, Manger Cadavre?, Wi-Fi Kills, Ita Lemi Sinavuru, Cobra Venenosa, Nic Dias + Xico Doido, Velhos Cabanos, Noturna, Moraes MV + Atrixma, Manto, Contraponto, Cachacinha + Arthur Silva, Briga de Bar, Dj Zek Picoteiro, Dj Waldo Squash, além do show do RapPA no Ataque (Ruth Clark, Bruna BG & Anna Suav, Pelé do Manifesto, Everton MC, Negro Edi, Daniel ADR, Pellut The Boy).

Agende-se:

Psica Festival 2019

Data: 19 a 22 de dezembro;

Locais: 21/12 – Curro Velho

22/12 Espaço Nautico Marine Club

O Underground está reproduzindo os valores de mercado?

Com essa pergunta retórica, infelizmente escrevo um texto repleto de chateação. O cenário independente em muitos âmbitos está, ou sempre esteve reproduzindo a lógica do mercado capitalista. É como se a cena fosse uma grande empresa (curiosamente ninguém ganha nenhum dinheiro aqui) e as bandas fossem funcionários de uma empresa querendo se matar, competindo entre si, agindo na má fé (muitas vezes usando a camiseta e merch das próprias bandas que os mesmos tentam queimar).

Aqui em Recife há uma moçada, uma juventude que realmente quebra esse paradigma, assim como na velha escola que faço parte. Estou velho, admito, mas ainda vou a shows, compro merch, leio zine e sempre que o trabalho me dá uma folga, escrevo no zine com minha esposa (o blog é algo nosso e às vezes, de alguns amigos). Mas um dos motivos desse texto, é para expressar como é exaustivo abrir o Facebook e só ler gente de banda que deveria ser grata a tantas outras pessoas que ajudam e fazem tudo por elas, ficarem mandando indiretas, falando de falsidade, minando relações e pouco fazendo pelo coletivo. Isso não é exclusivo da nossa cidade.

Em todo o cenário nacional há muita gente que trabalha muito e trabalha duro pelo coletivo, mermão. São pessoas que tentam contribuir com algo para sair da rotina que esmaga. Eu, como homem negro, tento trazer alguma contribuição. Minha esposa, como mulher periférica que veio do norte, suas vivências. E, sim, essas visões e vivências estão em nossas resenhas.

Essa última semana fui chamado de burro, de ignorante, isso sem contar as ofensas xenófobas, pelo título da entrevista com a banda Klitores Kaos, na qual eu disse que era Hardcore da Amazônia. Em primeiro lugar, Belém do Pará fica na região da Floresta Amazônica, segundo Amazaonas é o estado. Me parece que esses que me trataram com escárnio fugiram das aulas de Geografia. E mesmo que eu estivesse errado, preconceito intelectual é algo que não deveria estar nessa turma dita progressista, mulheres com bandeiras feministas, homens que compartilham conteúdo antifascista.

O que quero dizer com isso tudo? É que um dos grandes motivos de eu ter diminuído a frequência de publicações do blog é por admirar o trabalho, o som de muita gente, mas suas personalidades virtuais são exaustivas. Entendam, isso não é uma competição. Se tem um problema com alguém, converse e resolva. Se não resolver, indireta é algo de guri, de piá, como dizem os sulistas e só deixam um clima horrível pra quem nem tem nada a ver com a situação. Tratem coletivos com respeito, não saiam falam mal de algo que deu errado, cobrando profissionalismos que são impossíveis de se executar em dadas circunstâncias. As pessoas que receberam a sua banda fizeram o melhor que puderam e se algo não deu certo ou te incomodou, explique. A tendências é de que os erros não se repitam. Sejam gratos a quem te apoia ou apoiou. Se você chegou a tal lugar certamente não foi sozinho. Zines, blogs, organizadores de gigs, público… Cada um que compartilhou seu som ou fez algo por você, que seja compartilhando conhecimento, foi um impulso. Emendando a isso: não use pessoas como escada. Até porque se você quer chegar ao Rock in Rio, é justo ter esse sonho, mas não é agindo igual a um puxa saco de escritório que isso vai acontecer, nem pisando em ninguém, muito menos derrubando outras bandas. Pense no coletivo. Entenda a realidade de cada lugar. Esse conselho é principalmente para as bandas que vem de fora.

O mundo atual parece gostar mais de polêmicas que de trabalho sincero, mas é por esse motivo também que muita gente está deixando o circuito. O micro reproduz o macro, mas vocês estão tornando isso cada vez mais insuportável.

Respeitem a história e a vivência de outras pessoas. Muitas vezes elas contribuem muito mais para a sociedade ou causas sociais que o seu antifascismo de redes sociais. E esse não é um discurso moralista. É só um desabafo de alguém que pretende mais uma vez sair dessas comunidades virtuais. Sei que na prática a quantidade de pessoas que são propositivas é muito maior que essas poucas que tem tanta voz, mas como elas conseguem nos desanimar.

Quanto a nós, seguiremos publicando. Aos amigos que nos conhecem, nosso muito obrigado. Aos demais, vamos permanecer sem rosto. Saí do Facebook há 2 anos pelo o que ele se tornou e ao voltar, vejo que só piorou.

Hardcore Crust da Amazônia: conheça um pouco mais sobre a Klitores Kaos de Belém/PA

Klitores Kaos é uma banda de crust feminista, de esquerda, antifascista. Formada em fevereiro de 2015, pelas vocalista Grace Dias e baterista Débora Mota, a partir de uma vontade e necessidade de bandas formadas só por mulheres no cenário hardcore punk da cidade, com uma ideologia de fato feminista, como uma forma de expressar nossas ideias, criticar o sistema opressor que serve aos interesses da elite burguesa do país, a desigualdade e caos social de nossa cidade, e enfatizando a questão de gênero também. Fazem um som politizado, pesado e cru! Conversamos um pouco com elas e com a ex-vocalista Grace que continua ativa na banda, apesar da distância.

A banda passou recentemente por uma mudança de formação, devido a viagem da vocalista Luma para Portugal. Falem um pouco sobre essa transição.

Acho que uma das principais dificuldades foi a mudança de formação, quem ficaria no vocal, passaram a Thyrza que segurou as pontas em alguns shows importantes que ja estavam marcados. Depois encontrar uma vocal q ficasse permanente era o desafio. Agora já estão mais orientadas as coisas e a batera assumiu o vocal e ta se saindo muito bem, apenas tendo que se ajustar algumas coisas nas músicas.

A imagem pode conter: 4 pessoas, pessoas em pé, sapatos e óculos de sol

A Klitores Kaos é uma banda com postura e letras antifascistas. Como é o cenário independente em Belém? Há apoio ou repúdio à postura da banda?
A gente recebe muita manifestações de apoio na cena de Belém, muitas minas passaram a ir nos shows depois de um tempo afastadas do cenário, pois se sentiram acolhida com nosso som e letras. Mas claro que há ainda muito machismo, que são expressos através de xingamentos bem baixos na página da banda e até mesmo com assédio de homens em alguns shows. Caras que dizem apoiar a banda, mas tem atitudes super machistas e misóginas, parece que não lêem as nossas letras e nem sacam a ideologia da banda. Apoio que é pura falácia no fim das contas. Somos uma banda de composta por mulheres, feminista e antifascista!

Vocês fizeram um financiamento coletivo para ajudar na gravação do próximo trabalho de vocês e conseguiram angariar os fundos. Como foi esse processo? A galera ajudou na divulgação?

Fizemos no site do vakinha e no começa não tínhamos muita confiança que conseguiríamos arrecadar a grana, mas felizmente valeu a pena a iniciativa pois teve muita divulgação da galera de Belém e de outros Estados, doações da nossa cidade e de fora também, e conseguimos bater a meta que propomos! Aproveitamos pra agradecer novamente todos que ajudaram e divulgaram! Já finalizamos a gravação do EP e esperamos que em breve fique pronto!

Como foi o processo de gravação? Quando o material estará disponível?

O processo de gravação foi algo bem novo pra todas nós, apesar de que já tínhamos passado pela experiência de gravar um tributo a banda Bulimia, tocando uma versão de uma das músicas, gravar nosso próprio som foi diferente, tivemos que ajustar algumas coisas, mas tivemos muito apoio e orientação do Zé Lucas, da banda Sokera, que ta produzindo a gravação do EP, enfim, foi bem emocionante particularmente pra mim registrar nossas músicas próprias, um sonho realizado! O EP ta em processo de finalização da mixagem/produção das músicas, esperamos que em breve fique tudo pronto,pois queremos lançar não apenas em formato digital, mas também físico(inclusive os selos e distros que tiverem interesse em lançar nosso material, só entrar em contato, estamos disponíveis para.conversar, como eu disse,é um procedso novo pra todas nós, de gravação, produção, lançamento, e quem tiver dicas etc para nos passar, agradecemos muito.

A imagem pode conter: 3 pessoas, pessoas no palco
Formação anterior da KK

Indiquem 5 bandas do Pará que vocês curtem e que tem o posicionamento ideológico próximo ao de vocês.

Bad Trip, Alcoólicos Anônimos, Setembro Negro, Aurora Punk e Contraponto Crust.

Quais são os planos futuros da banda?

Em relação a planos futuros, agora que eu e Camila estamos morando bem longe de Belém, acho que principalmente manter s banda na ativa, continuar passando nossa mensagem, mediante as várias dificuldades de cada uma das integrantes (manter uma banda no undeground não é fácil, ainda mais sendo só de.mulheres, com ideologia de esquerda/combativa) escrever e compor mais músicas, para podermos gravar um CD completo um dia, tocar em outros Estados onde ainda não fomos e quem sabe um dia fora do país.

Considerações finais.

Agradecemos a oportunidade em poder falar um pouco sobre a esse processo de resistência que é formar e manter uma banda de mulheres, feminista, formada por proletárias/mãe solo/moradoras de periferia/ estudantes/ lgbt, nesses 4 anos de existência da Klitores Kaos. Esperamos ver cada vez mais minas pirando nos nossos shows, se sentindo mais seguras nesses espaços e incentivar a criação de mais e mais bandas de minas!!! Só a Luta muda a vida!!!!

Direto da Cidade Cemitério, o Terror Revolucionário traz o álbum”Campo de Esperança”

Após completarem duas décadas de existência praticamente sem pausas, a banda de hardcore/crust Terror Revolucionário nos presenteia com uma compilação que conta com nada menos que SESSENTA E UMA MÚSICAS. É mole, mermão? É nada! É brutalidade na veia.

A compilação saiu de forma independente em digipack, lançado e distribuído pela própria banda, contando com sons inéditos e versões raras que estavam arquivados em CDs e fitas k7 antigas. As gravações foram feitas por diferentes formações da história da banda. Aos fãs de música extrema e rápida, é um item indispensável na coleção.

Em Brasília, a cidade cemitério, “Campo da Esperança” é o nome do principal cemitério e por isso, .

Por se tratar de muitas músicas, excepcionalmente não farei a resenha faixa a faixa, mas vou destacar os sons que mais curti. Iniciando o álbum, “Políticos de Carteirinha” é um som que mescla tensão com os graves às passagens rápidas e empolgantes. “Antes agora do que tarde demais” é o terceiro som, e conta com os vocais da baixista Adriana e tem uma pegada mais hardcore. É difícil pular algumas faixas, ainda mais quando se é fã de uma banda, mas “Matando em nome de Deus”, que é o quarto som, merece uma atenção especial, assim como “Educando para destruir”. O 14º som é daqueles que você coloca no repeat, com riffs bem legais e baixo marcado, fica na cabeça. “Cidade Cemitério”, começa com um baixo estalado e com guitarras características do crust, assim como o d-beat da batera. Uma sequência de versões muito legais começam a partir da 18ª música, com destaque para “Vale das Sombras Vale da Morte”, original do Besthöven, “Rumores de Guerra” do Karne Krua e “Quem votou” da New York Against Belzebu, que ficou bruta. Nesse momento estamos no som número 30, com “Câncer Social” e estamos cansados de ouvir? Jamais! Percebemos a diferença de qualidade de gravação, no entanto essa é a magia do Campo da Esperança. “Dia do Operário” é rápido, cru e visceral. “Fora FMI” nos lembra os anos 90 de entreguismos do governo FHC e submissão ao fundo monetário internacional. Esse som se repete em diferentes gravações nas faixas 38 e 52, o que é bem interessante de se ouvir. A partir de “Neste inferno” é outra faixa que prende na cabeça. A partir de “Mudem o Sistema” provavelmente temos o registro de um ensaio ou show ao vivo gravado em k7, e vale como registro histórico de como as bandas divulgavam o seu som antigamente, o que é muito legal (jovens, valorizem a tecnologia que vocês tem acesso).

“Campo da Esperança” é uma ode ao underground Faça Você Mesmo e celebra os 20 anos de uma das bandas mais ativas do nosso país. O Terror Revolucionário nos lembra a todo instante o que é ser uma banda independente do terceiro mundo e porque amamos a cena do DF e, por mais que a realidade nos tire, eles nos enchem de esperança.

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