Raiva, Revolta e Melancolia Como Os Elementos Fundamentais Para O Som Pesado em 2021 | Melhores Lançamentos do Ano

A pandemia arrebatou a vontade de muita gente. Não é pra menos, visto que perdemos familiares, amigos queridos, pessoas que amamos ou que admiramos. Somos em essência seres sociais e, para nossa proteção, privados do coletivo, perdemos muito daquilo que somos. Aqui mesmo no O Colecionador, perdemos os braços de parte da equipe que, por sua vez, perdeu o sentido em trabalhar para a cena independente. Mas esse estado de hibernação em que fomos colocados e seus sentimentos que surgiram como consequência foi a gasolina necessária para que muitas bandas criassem (e digo com toda a certeza do mundo, visse) uma das melhores safras de álbuns e EPs dos últimos 10 anos. Dito isso, vamos aos lançamentos mais expressivos de 2021.

Recomenda-se o play nas 20 faixas que selecionamos para acompanhar a leitura.

Álbuns

Nervosa “Perpetual Chaos”

A nova formação da banda (o dream team) trilhou a sonoridade de volta para a proposta inicial naquilo que o Nervosa faz de melhor: thrash metal visceral e até uma pitada de hardcore no trabalho. Perpetual Chaos é o ponta pé inicial que virou um golaço, mas na goleada que está por vir, temos certeza que virão bicletas.

Crypta “Echos of the Soul”

A nova banda de Luana e Fernanda Lira (Ex-Nervosa) já chegou com uma formação de peso, que somou forças à Tainá e Sônia Anubis nas guitarras. Echos of The Soul é um death metal com muitas referências a Morbid Angel e riffs homéricos na melhor pegada do Black Metal.

Desalmado “Mass Mental Devolution”

Álbum que fez o Desalmado despontar pra fora do Brasil, tanto que a banda já está com shows agendados na Europa, com destaque ao Obscene Extreme e na América Latina. MMD é o abandono do grindcore e o abraço ao metal extremo, principalmente ao Death e ao Sludge, mas a porradaria continua viva nas veias da banda.

Manger Cadavre? “Decomposição”

Decomposição marca um salto gigantesco na evolução do som do Manger Cadavre?. Com o vocal mais visceral de Nata, pedais duplos na medida certa de Marcelo, riffs insanos de Paulinho, e os graves de Bruno, as composições vem numa pegada mais metal punk, lembrando muito Disfear e Wolfbrigade e com elementos do death metal, como Obituary e Gatecreeper.

Sangue de Bode “Seja Bem Vindo De Volta Pra Cruz”

Com 15 faixas, o trabalho mostra um amadurecimento dos integrantes e uma preocupação maior com a produção das músicas. “Seja Bem Vindo De Volta Pra Cruz” é um álbum extremo. Temos death, black metal, mas também temos referências ao hardcore e ao new metal nas composições.

Bode Preto “Goat Spells”

Terceiro álbum completo da banda de metal extremo que conta com membros rotativos. Com um reconhecimento maior fora do país que dentro, o Goat Spells fez o público brasileiro finalmente conhecer e agraciar o seu black metal poderoso.

Corja! “Insulto”

“Insulto” é o primeiro álbum da banda de Fortaleza Corja!. Só consegui dar a devida atenção ao trabalho, depois de ter ficado impactado com toda a potência da vocalista Haru Cage na apresentação no Canal Scena. Temos groove metal, metalcore e um pouco de new metal na sonoridade do trabalho. Acreditamos que a banda seja um dos próximos expoentes do metal nacional.

Ankerkeria “Matriarchy”

Um dos nomes que deveriam ter aparecido mais em 2021 é o do Ankerkeria, que no início de 2021 lançou o excelente “Matriarchy”. Se você é fã de death metal técnico, djent e metal progressivo, essa é uma audição obrigatória e a exaltação do talento dessa banda de Fortaleza se faz necessária.

Nervochaos “Dug Up (Diabolical Reincarnations)”

A máquina do metal morte Nervochaos não para! Essa, que é uma das bandas mais ativas no país, trouxe um álbum excelente para os apreciadores do som extremo. Ocultismo aliado ao death e ao black metal com passagens repletas de peso e técnica.

Viollen “What to Kill For”

Álbum de estreia da banda de thrash metal antifascista de Fortaleza. Com oito faixas extremamente enérgica, coloca a banda em destaque no cenário nacional.

Rot “Organic”

O álbum conta com 25 faixas repletas do ódio necessário na composição de todo clássico de grindcore. Último trabalho gravado pelo grande Alexandre Bucho, que faleceu em decorrência da Covid-19.

Cerberus Attack “Abyss Of The Lost Souls”

O Abyss of Lost Souls” colocou a banda no radar da galera do colete cheio de patchs e do tênis branco de cano alto. Enérgico do começo ao fim, e com a participação ilustre de Caio Augusttus do Desalmado na faixa que dá título ao álbum, mostra que a banda tem tudo para se tornar um dos grandes nomes do thrash nacional e quem sabe caia nas graças do mundo.

Aneurose “Made in Rage”

A banda mineira voltou a produzir com tudo! De todos os sons do brutal “Made in Rage”, três faixas ganharam clipes muito bem feitos. O álbum tem elementos muito marcantes do thrash metal e de outras vertentes de som. Se você curte as sonoridades do Pantera, essa é a banda pra você.

Mountain Chicken “You´re Going To Brazil”

A descoberta do ano foi desse álbum da banda que é natural de Brasília/DF. Apesar da pouca idade, os integrantes mostram uma técnica e criatividade ímpar. Som instrumental, prog metal com djent e qualidade nas alturas.


EPs

Heuristica “Paramont Symetry”

Excelente EP que saiu em novembro. Heuristica é um duo situado na Irlanda mas que conta com os brasileiros Igor e Maysa. O Ep conta com quatro faixas de puro death metal em sua pegada mais técnica e com elementos progressivos. É o jazz do metal!

The Mist “The Circle of the Crow”

Até o momento da publicação dessa lista, foram lançadas apenas duas das quatro músicas do novo EP, mas só pela My Inner Monster e pela Over My Dead Body, o lançamento precisava figurar entre os melhores do ano. Temos aqui o thrash metal que o brasileiro tanto ama.

Troomps of Doom “The Absense of Light”

EP temático, com músicas interligadas entre si, mostra que a banda liderada pelo grande Jairo está pronta para ganhar o mundo. Brutalidade na bateria, riffs marcantes, vocal excelente, graves preenchendo nossa alma com escuridão.

Surra “Ninho de Rato”

Com, 12 faixas em sua maioria com menos de 1 minuto, sendo dois covers, a tentativa de um EP de grindcore do Surra foi muito bem sucedida. Ódio extremo e velocidade da luz são os principais elementos do lançamento.

Singles

Forceps “Anthropoviral Amalgamation”

Após um longo período sem novos lançamentos, a banda de death metal carioca liberou o single e o clipe de  “Anthropoviral Amalgamation”, som com letra ao melhor estilo Mad Max, em um futuro distópico nem tão distante assim. Som brutal e evolução sonora marcam a música.

Invisible Control “Cold Blood”

Single de estreia da banda com integrantes de diferentes localidades do nordeste brasileiro. Death metal mesclado com outros elementos somados aos vocais viscerais de Daniela Serafim.

Drowned “Hail Captain Genocide”

Rapidez, agressividade e peso fazem parte da fórmula mágica da banda mineira de death/thrash Drowned e o single “Hail Captain Genocide” ainda conta com a revolta contra ao desgoverno atual que levou a vida de mais de 600 mil pessoas em nosso país.

Sinaya “After Life”

Com uma nova formação, a banda Sinaya resolveu incorporar novos elementos do hardcore ao seu death metal. Afterlife é um single de deathcore que conta com a participação de CJ MacMahon e é indicada a fãs de Down pelos riffs muito bem feitos.

Até 2022! Boas festas a todos e cuidem-se.

Nervosa: LP de “Perpetual Chaos” chega ao Brasil em duas edições

O primeiro álbum da nova formação da Nervosa, uma das bandas mais representativas do Metal nacional na atualidade, chega ao Brasil em LP. “Perpetual Chaos”, lançado originalmente em janeiro deste ano, ganhou duas edições em vinil: uma limitada, na cor transparente, com capa dupla e logo metalizado, e a outra em vinil preto, capa dupla e logo semitransparente. As duas opções contam com a faixa bônus “Exija”, única em português, lançada exclusivamente na edição brasileira. “Nós e os fãs estávamos muito ansiosos por esse lançamento do vinil no Brasil. Foram meses de espera e finalmente chegou a hora de desfrutar ouvindo esse álbum da maneira ‘old school’, que todos nós gostamos”, comemora a guitarrista Prika Amaral.

A responsabilidade do lançamento especial é da gravadora Fuzz On Discos, uma parceria ‘à la power trio’ entre os selos All Music Matters, Melômano Discos e Neves Records.
 
Segundo Prika, “Perpetual Chaos” é um marco na história da Nervosa, já que o álbum teve excelente repercussão mundial. A guitarrista diz que, junto com a troca na formação, que hoje conta também com Diva Satanica (vocais), Mia Wallace (baixo) e Eleni Nota (bateria), vieram as mudanças de estilo. “A Diva canta gutural, grow, fry e várias outras técnicas, e isso trouxe uma dinâmica maior; a Mia toca baixo com palheta e fez linhas de baixo independente da guitarra, criando uma sensação maior de ‘preenchimento’. E a Eleni trouxe técnica e diversidade, ela é muito criativa e rápida com os bumbos, é impressionante. O disco reflete o nosso espírito naquele momento, de muita empolgação, felicidade e vontade”.
 
A guitarrista diz ainda, que o mais importante é a sinceridade e honestidade do disco. “Entregamos nosso melhor, não foi pensado em soar em um estilo específico, apenas compusemos o que tínhamos vontade, por isso saiu bem diversificado: aí você encontra o Thrash Metal, Death Metal, algumas coisas de Heavy Metal, e até mesmo Punk, Black Metal e Power Metal. Deixar fluir sem limitar ninguém em suas criações é muito importante para um resultado verdadeiro”.

A produção de “Perpetual Chaos” é assinada por Martin Furia. O disco traz as participações especiais de Marcel Schirmer (Destruction), Guilherme Miranda (Entombed AD) e Eric A. Knutson (Flotsam And Jetsam).
 

Garanta a sua cópia de “Perpetual Chaos” em LP:
Anomalia Distro: www.anomaliadistro.com.br
Melômano Discos: www.melomano.com.br
Neves Records: www.nevesrecords.com.br

MELHORES DO ANO: Provando Que 2020 Não Foi Perdido

Saudações a todos que acompanham a minha singela coleção virtual, ilustrada em textos. Agradeço ao apoio de todos que fortaleceram o trabalho do blog e que aumentaram a lista dos títulos de discos aqui em casa, enviando material. Nesse ano tivemos tudo de ruim. Queimadas, desgoverno de um lunático de extrema direita, pandemia, desemprego em massa e a lista de coisas tristes só aumenta. O que seria de nós se não fosse a música para nos salvar? Por isso, para não sentar e chorar, vamos falar das coisas boas de 2020. Chegamos a nossa clássica lista de melhores do ano, na nossa opinião.

SINGLES

Nervosa “Perpetual Chaos”

Prika Amaral apresentou a nova formação da Nervosa na velocidade da luz, apresentando dois singles, que tiveram produção de Martin Furia e foram gravados na Europa. E, meu irmão e minha irmã, o grupo já se mostrou ser mais que uma super banda: Nervosa é uma potência mundial.

Creatures “Lighting in my Eyes”

O heavy metal brasileiro ganhou um novo fôlego e voltou às suas raízes verdadeiras de satanismo, revolta e NADA de conservadorismo. O grande destaque de Lighting in my Eyes é o vocal afinadíssimo e os solos envolventes. É o som que a galera fatidicamente estaria dançando se voltássemos aos anos 80. Como diria o pessoal do Canal Scena, uma banda sensual.

AnkerkeriA “Baph Metra”

Fortaleza conta com bandas incríveis de variados gêneros. Um deles é o death metal. A AnkerkeriA lançou o single Baph Metra com um clipe impecável em termos de produção e enredo (para assistir, você precisa estar logado no YouTube e ser maior de 18 anos). O som é muito bem executado, com variações que fogem do óbvio e coloca a banda dentre as grandes no país.


Inraza “(Still) Stuck

O primeiro dos dois singles lançados pela banda durante 2020 é o que mais me chamou a atenção. A banda que faz um metal moderno está caminhando para a maturidade, evoluindo conforme vão lançando mais materiais. Destaque para os vocais extremos intercalados com os limpos da vocalista Stefanie. Aguardamos um full album para 2021 e uma tour no nordeste assim que a pandemia acabar.

EP´s

Desalmado “Rebelião”

A banda citada por Max Cavalera não poderia ter soltado nada menos que um EP espetacular. Voltando ao português, a banda mandou o recado reto sobre os tempos que enfrentamos desde o golpe, em uma ode para que o povo se organize contra as opressões da extrema direita. Qualidade técnica, agressividade, arranjos empolgantes e vocal furioso. Rebelião deveria ter sido um álbum. Destaque para “Esmague os Fascistas” que contou com a participação de Nata Nachthexen, vocalista da Manger Cadavre?.

Hellway Train “Lockdown Reborn”

Os mineiros do Hellway retomaram a banda com um EP incrivelmente forte! Com um clima cheio de energia que o heavy metal pede, o trabalho fala de transtornos psicologicos. Pra quem respira som dos anos 80, é uma indicação que você vai agradecer! Destaque para o vocal de Marc que lembra muito Rob Halford.

Isinkú “Damnatio Memoriae”

Com seis sons é uma ode ao black metal anti imperialista. A banda que é de Natal/RN, nasceu para fortalecer ainda mais o cenário brasileiro do gênero, com posicionamento claro antifascista. Aqui os destaques são para as composições dos riffs e o clima gerado nas músicas. Pode ouvir sem medo, pois o som é muito bom, assim como letras e ideias.

Surra “Trashpunk Teleport: Submundo 2121”

Esse EP chegou aos 45 do segundo tempo, mas foi um gol de placa do Santos, ou dos santistas do Surra. São cinco faixas bem raivosas, que saíram com um gibi (que infelizmente ainda não vi, mas pretendo adquirir em breve). O grande destaque fica para “Nossa Reação”, que nos faz imaginar a galera cantando juntos nos shows “pra – queimar – no inferno – e comemorar a consolidação do império” e que ainda tem solo, meus consagrados. Uma verdadeira obra de arte!

Expurgo “Entropic Breath”

Os mineiros do Expurgo mostraram mais uma vez porque são uma das maiores bandas de grindcore brasileiras. O EP “Entropic Breath” traz toda a brutalidade sonora que já conhecemos, acompanhada de letras precisas. Se você busca o grind raíz, esse EP é obrigatório.

Dead Enemy “Knowing the Enemy”

A renovação do thrash crossover brasileiro também está acontecendo! Após o lançamento da primeira demo, a Dead Enemy de Fortaleza mandou o incrível EP “Kwoing the Enemy”. Rock veloz que faz você colocar a bolachinha para rodar pelo menos umas três vezes. “Broken Shape” é o som que mais nos prendeu. Ainda ouviremos falar muito nessa banda.

Cruento “Mar de Ossos”

Indo para o interior de São Paulo, mais precisamente Jacareí, no Vale do Paraíba, Cruento faz um crust punk visceral, com a fúria clássica do estilo. Mar de Ossos é um EP que conta com cinco músicas que mostra o quanto a banda amadureceu nesses anos. “Homem Lixo” que também ganhou um lyric video, é o grande destaque desse trabalho.

Vermenoise “O Outro”

O grindcore paulista foi presenteado com o lançamento excelente do EP “O Outro” da Vermenoise. Com cinco faixas curtas, como é comum do estilo, a banda mostrou que está mais violenta que nunca, aliando a brutalidade do som aos ideais da banda, mensagens essas contidas nas letras. Destaque para o vocal monstro da Chris.

Carnal Atrocity “Degenerescência”

Com esse nome difícil de se pronunciar, foi uma grata surpresa nos depararmos com esse projeto, que trata-se de um duo: Karine Campanille fazendo os vocais, arranjos de guitarra, baixo e sintetizadores e Emiliano a bateria. Tem grind, tem death metal, indicado para fãs de Carcass.

Álbuns completos

Vazio “Eterno Aeon Obscuro”

Começando a listas dos full albuns com o melhor lançamento de 2020, indiscutivelmente. Apresentado a muitos como nós pelo Canal Scena, o álbum conta com um black metal que é um tapa na cara dos reacionários. Com base no punk, a banda conseguiu trazer toda a brutalidade do gênero aliado ao clima e com mensagens precisas. Falar do Vazio será sempre incompleto. É preciso contemplar a escuridão.

Exsim “Exsim”

Os nossos conterrâneos aqui de Recife do Exsim lançaram um álbum auto intitulado muito bom. Grindcore clássico, com batera a milhão, em um álbum que tem dezessete músicas. Mas não se engane, ele tem a rapidez que o grind pede. Então coloca no repeat e seja feliz!



Podridão “”Revering the Unearthed Corpse”

Pra quem curte um death metal mais primitivo, esse álbum que conta com onze faixas é um prato cheio. Metal morte com direito a sangue, doenças venéreas e diarréia. Se você é fã de Cannibal Corpse, com certeza vai curtir esse trabalho que conta com uma batera bem precisa e riffs brutos.

Postmortem Inc “The Coqueror Worm”

A banda de Pelotas/RS, vem mostrar como a água de lá é boa para gerar bandas excelentes de death metal. Da escola do Krisiun, o álbum traz um brutal death metal com extrema qualidade técnica, mas com aquele algo a mais, que destaca a banda: eles não buscam copiar as fórmulas prontas do gênero, a identidade aqui é única e é o que nos faz apostar nesse nome para os próximos anos. Destaque para “State of Conspiracy”.

Cäbränegrä “Abismo”

Mais uma banda de grindcore que lançou um álbum visceral, o Cäbränegrä já tinha começado com tudo com o primeiro trabalho e agora só consolidou o som. Banda catarinense que lançou ótimas onze faixas, com velocidade, peso e culminou em um trabalho muito legal. Destaque para o som “Qual a solução?” que aparece em duas versões geniais.

Rest in Chaos “Trapped by Yourself”

Com extrema qualidade técnica, a banda de Florianópolis Rest in Chaos apresentou o seu primeiro full album que conta com onze faixas recheadas de brutalidade. Com peso das cordas, vocal forte e preciso, o destaque é para a bateria de Marlon que preenche o som de forma impecável. Death/Thrash que dá pra abrir mosh e banguear (mesmo que seja na sala de casa). Destaque para a faixa “Let me Rest”.

Wargore “Cursed Existence”

Pra quem curte death metal oldschool a Wargore é a pedida certa. Em Cursed Existence, os caras arrepiaram desde o primeiro som com palhetadas pesadas e vocal de demônio. Eles, que são de cascavel, lançaram nove sons em julho desse ano e espero muito poder ver um show ao vivo para conferir toda essa podreira em ação. Destaque para o som “Cocaine”.

Mofo “Sick and Insane”

É thrash que brasileiro gosta? Pois tome, mermão! Os caras do Mofo, que são de Brasília, arrebentaram com esse álbum insano que promete rodas brutais em shows. Com uma intro macabra, podemos até notar uma pequena influência do death metal do Bolt Thrower no começo da faixa seguinte a “Adrenaline”, que dá lugar ao thrash tradicional. Uma das grandes promessas de renome para o thrash metal brasileiro.

Sangue de Bode “A Sombra que me acompanhava era a mesma do diabo”

Uma grata surpresa de 2020 foi conhecer o som dos cariocas do Sangue de Bode. Um álbum repleto de tudo aquilo que o metal extremo pede: death, black, fúria! Ouvi muito esse disco que fiz questão de adquirir o físico (arte gráfica muito bonita). Destaco a faixa “Minha refeição é no Lixão”.

Maddiba “Santo André”

Saindo um pouco do metal e adentrando ao hardcore, essa indicação foge do tradicional. Somando o rap e pick ups, Santo André é uma ode aos fãs de Suicidal Tendencies e Beastie Boys, mas com aquele tempero nacional, com pitadas de thrash que a gente gosta tanto. Outra banda que conheci por meio do Canal Scena e que não saiu do meu fone de ouvido em 2020.

Ao Vivos

Surra “Escorrendo pelo Ralo – Ao vivo em São Paulo”

Essa banda não está pra brincadeira! Com três lançamentos no ano, a máquina de fazer riffão também lançou um ao vivo gravado em São Paulo, no show em que tocaram todas as músicas do escorrendo pelo ralo. Saudades de um show, né, minha filha?

Labirinto “Live at Dunk Fest”

Esse ao vivo é tão perfeito que nem parece ser ao vivo. É aí que a gente vê quando a banda é realmente boa. Som instrumental, que mescla metal e sludge, com camadas sonoras muito fortes. Qualidade ímpar e sentimento que não precisam de palavras. Aliás, eu uso uma: impecável.

Manger Cadavre? “Ao vivo em Curitiba”

Sem alarde e divulgação, a Manger Cadavre? disponibilizou apenas no bandcamp um show ao vivo realizado em Curitiba no ano de 2018. É como se fosse um bootleg, mas dá pra matar um pouco as saudades do show dos caras, pois tem treze sons muito furiosos. Destaque ao vocal visceral de Nata.