O Blackned Crust do Mácula Como Resistência na Bahia

A Bahia nos presenteia com bandas de muita qualidade e uma delas nos inspira na resistência por uma postura concreta e repleta de atitudes do “Faça Você Mesmo” na prática: conheça o blackned crust do Mácula.

A banda se formou em 2010 em Simões Filho/BA. Fale um pouco sobre o começo da Mácula e a cena baiana.

Na verdade, a Mácula é uma banda que surgiu de um outro projeto chamado “Nuvens negras”, idealizado a partir das conversas entre Caleb e Italo, após o término de seus respectivos grupos (Lágrimas de Ódio e Choque Frontal). Ao vir morar na Bahia, a Debie assumiu o baixo e, assim, ao lado dos supracitados e do Bal, nosso batera, formamos a Mácula. Iniciamos as atividades tocando músicas já construídas anteriormente, algumas delas – como Ideias Incendiárias – fazem parte do nosso repertório até hoje e sintetizam um tanto dos nossos pensamentos e expectativas.

Embora a Mácula tenha dado seus primeiros passos em Simões Filho (ensaios, encontros e tudo mais), Italo, na época, morava em Camaçari – e hoje, em Salvador, ou seja, dizer que somos um grupo simõesfilhense seria algo um tanto equivocado, rs. Sobre a cena, boa parte das bandas daquele período já não está mais em atividade, outras seguem firmes, como a Orelha Seca e a Asco, a Rancor e a Agnósia (projetos nos quais membros da Mácula também estão envolvidxs), entre outras.

No último ano o selo Crust or Die, o qual vocês são envolvidos fez uma rifa para angariar dinheiro para comprar uma nova guitarra para o Itálo. Vocês conseguiram? Podemos esperar a volta da banda às atividades?

Como você tocou no assunto, queremos aproveitar o espaço para agradecer a todxs aqueles que nos ajudaram de alguma forma, comprando a rifa, compartilhando a ideia, comentando, etc agradecemos demais, pessoal! No entanto, cabe ressaltar que, na realidade, a rifa foi para conseguirmos recursos para a compra de captadores semelhantes aqueles que estavam na guitarra do Italo quando ele a perdeu. Sim, embora não tenhamos conseguido passar adiante todos os números da rifa, ela deu certo. Agora estamos nos reorganizando para a retomarmos os ensaios e continuarmos nossas atividades, ainda mais com dois lançamentos – os splits com a Reiketsu e Extinction Remains – batendo à porta.

Fale um pouco sobre o processo de composição dos sons e sobre os lançamentos dos splits com o Reiketsu e com a Extincion Remains.

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Podemos dizer que a Mácula compõem suas músicas em conjunto: um chega com uma base, geralmente Italo e/ou Caleb, passamos as cordas, Bal vai pensando e desenvolvendo a bateria, o instrumental vai sendo passado e todxs, na medida do possível, vão opinando, após essa etapa, Caleb vai encaixando as letras (ele tem um caderninho cheio delas, rs); às vezes acontece de Caleb enviar algum esboço de letra para Italo pensar nas melodias e talz. Como você bem colocou, nesse ano está previsto o lançamento desses dois splits: Mácula e Reiketsu é um projeto de longa data que finalmente se concretizará nesse ano, será nosso primeiro lançamento em vinil, e estamos extremamente empolgados com esse lançamento, pois a Reiketsu é nossa banda irmã, tocamos juntos algumas vezes e a parceria é grande (<3); já o split com a Extinction Remains é algo, de fato, novo: ainda não tocamos nenhuma das faixas, e todas elas foram criadas já para compor um material compartido. Ambos os materiais mostrarão uma nova Mácula, uma Mácula diferente: algumas dessas mudanças, tanto na parte instrumental como na lírica, poderão já ser observadas nas composições que farão parte do split com a Reiketsu (apesar das letras claramente politizadas, um lado mais introspectivo, existencialista – para alguns, diríamos, pessimista toma formas) e se tornarão mais nítidas no material a ser lançado com a E.R. (onde, inclusive, o hardcore crust que caracterizou nossos primeiros trabalhos pouco aparecerá).

Nazifascimo Tropical é um som extremamente atual que foi composto em 2015. Como vocês avaliam o cenário político atual e como ele está influenciando na cena?

O mundo todo parece estar seguindo uma nova onda política que que não nos cheira nada bem, o Brasil apenas confirmou que ele, infelizmente, não é exceção. Começamos a reparar esse declínio, por assim dizer, há algum tempo, em 2015 (ano da composição) isso já se mostrava de forma muito temerária, já era previsto, sabe? Depois de tanto pensar e pesar, tanto refletir sobre, hoje podemos dizer que o momento político do qual compartilhamos e no qual vivemos é, primeiro, uma excelente peneira, pois permite, de certa forma, perceber quem é quem na dita “cena”, através dos posicionamentos que bandas, coletivos e indivíduos assumem; segundo, dizem que não há movimentação quando o período é de acomodação, ou seja, em um momento como este, somos impelidos a agir, a nos mexer e arcar com nossos posicionamentos – não é um bom momento para medrosos. Esse triste cenário que assola todo o mundo tem derrubado máscaras e dividido “cenas”: proporcionando que diversos ratos saíssem do esgoto e dessem as suas caras. As pessoas, aparentemente, têm se tornado menos “apolíticas”; acreditamos que isso possa contribuir para uma movida mais madura e consciente e que, no final, possamos nos mostrar mais fortes.

Indiquem três bandas nacionais que vocês ouvem e curtam o som e posicionamento. Fale um pouco sobre elas.


Só três? Putz!
Pode parecer clichê, mas aí vão 3 bandas que estão diretamente ligadas ao Crust Or Die (até pq, caso não acreditássemos nelas, não abraçaríamos seus respectivos lançamentos):
1.  Manger Cadavre? – A Manger virou uma banda parceira desde o ano passado, quando fizemos um re-lançamento do “Origem da Queda”. Já gostávamos bastante do trabalho da banda, não só pelo som, mas principalmente pelo posicionamento político da banda, principalmente da Nata, vocalista, sempre muito ativa tanto no underground quanto fora dele. Nesse ano tivemos o prazer de editar o primeiro Full deles, chamado “AntiAutoAjuda”, que trouxe uma temática importante e atual: a questão de como o capitalismo contribui para o surgimento de doenças como a depressão e a ansiedade.

2. Reiketsu – Como falamos anteriormente, são como irmãos para nós, temos compartilhado boas histórias e experiências há algum tempo, sabemos dos corres dos meninos (nem tão meninos, kkkk) e, além de tudo, há uma grande identificação com os sons (letras e músicas).

3. Malespero – Temos enorme apreço por esses mineiros, já compartilhamos espaço e fomos muito bem acolhidos por eles, temos consciência dos corres de alguns integrantes do grupo e do posicionamento do grupo como um todo mesmo, contrário a esse projeto fascista que paulatinamente veio se desenvolvendo no Brasil.

Sabemos que você pediu apenas 3 nomes, mas, embora tenhamos citado 3 bandas do eixo sudeste, seria injusto não aproveitar o espaço para pedir aos leitores que abram seus ouvidos e mentes para as tantas bandas fodas da Bahia e do restante do NE, que há muito vêm trampando e se posicionando e, muitas vezes, por falta de espaço, por situação geográfica e outros tantos fatores continuam esquecidas ou simplesmente encerram suas atividades sem as oportunidades e o espaço dos quais poderiam usufruir.

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Quais são os projetos futuros da Mácula?

Bom, estamos à espera desses dois novos álbuns (splits), uma das coisas a fazer é conseguirmos manter uma boa sequência de ensaios e, futuramente, apresentações para espalhá-los como praga pelo mundo afora – ou seja, pronto esperamos convites para infernizá-los em todo e qualquer lugar. Depois, queremos sentar com calma, pensar e desenvolver a ideia de um full-length, projeto que nos persegue há algum tempo.

Considerações finais.

Queremos agradecê-lo pelo espaço aberto, pelo convite que você e tantos outros nos fazem, mesmo estando paradxs há algum tempo, para falarmos de nós, de nossos projetos, de nossas ideias e para enchermos o saco, como bem sabemos, de todxs. Isso é muito gratificante e nos estimula a não ceder e não parar, mas a seguir em frente.
Àquelxs que não nos conhecem, abaixo estão alguns endereços virtuais, bem como nossa caixa postal, para que conheçam um pouco mais, troquem ideias, interajam conosco:

– Caixa postal 113 – CEP 43700-000 – Simões Filho/BA          

https://macula.bandcamp.com/

– Spotify: https://open.spotify.com/artist/0DyTj2GWyxYVq4HkohWgwP

Obrigado a todxs que têm nos acompanhado e “suportado”. Abraços livres!

Caxias do Sul também será sede do Metal Sul Festival

Uma das faixas clássicas do primeiro disco do Iron Maiden com Bruce Dickinson, The Number of the Beast (1982), é ‘Run to Hills’ (corra para as colinas, em tradução livre). Tirando do contexto original da música e adaptando o título da composição à nossa realidade, convocamos os fãs de música pesada a correrem para a serra gaúcha prestigiar o Metal Sul Festival. Ainda mais que Caxias do Sul, a maior cidade da região, também será palco do evento, nos as 6 e 7 de dezembro, no Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho. Antes, em 1º e 2 de novembro, Bento Gonçalves sediará a iniciativa, no complexo da Fundação Casa das Artes.

Para que o festival tenha a mesma qualidade apresentada em 2017, quando foi contemplado com incentivo do governo do Estado, a organização colocou no ar uma campanha de financiamento coletivo que pode ser acessada neste link. São diversas modalidades de colaboração e brindes dos mais variados à disposição.

Para 2019, a programação em ambos os municípios serranos inclui, além de shows, mostras de audiovisual, exposições de artes, rodas de bate-papo e outras iniciativas. O cronograma de atividades e as atrações serão divulgados em breve.

A confirmação de que Caxias receberá novamente o Metal Sul ocorreu recentemente. Antes, a previsão era de que a edição deste ano seria apenas em Bento.

— A boa receptividade do público, a qualidade das bandas e a diversidade de atividades paralelas garantiram a realização da segunda edição do Metal Sul Festival em Caxias do Sul, no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho — revela a diretora do espaço, Claudete Taiarol Travi.

 A produtora do festival, Cláudia Kunst, se diz satisfeita com a repercussão positiva que possibilitou ampliar a realização:

— Para nós, do Metal Sul Festival, ter mais uma cidade sediando o evento é algo muito especial. Não tínhamos ideia de fazer em mais cidades, pois os recursos são muito escassos. Mas o interesse de Caxias do Sul em receber o projeto nos entusiasmou e iremos sim realizar o festival lá. Faremos de tudo para fazer bonito em agradecimento ao apoio.

Acompanhe o Metal Sul nas redes sociais e saiba em primeira mão sobre as novidades: 

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O Underground Unido Pelo Antifascismo

Tenho conversado com amigos de todas as regiões do Brasil e chegamos a uma conclusão comum: a única coisa boa desses tempos totalitários, é que as bandas e coletivos seja do punk, metal ou mesmo de outras vertentes musicais, como o rap e o reggae, tem deixado as individualidades e diferenças de lado e formado uma frente posicionada contra Bolsonaro e o fascismo instaurado. Até mesmo os isentões de uma forma ou de outra deixaram claro de que lado estão.

A cada voz que tentam calar como a da banda Escombro, do BNegão, da Föxx Salema entre outros, são muitas outras que se unem e ecoam a mensagem contra o sistema opressor representado por um fantoche dos Estados Unidos, que tem como missão a destruição do nosso país e o roubo das nossas riquezas.

Por mais que existam alguns idiotas que, mesmo depois de todo o golpe escancarado e investidas contra os direitos do povo trabalhador, ainda continuem a ser gado dessa corja, no circuito independente eles não são maioria. Infelizmente só são pessoas que tem mais holofote que todas aquelas que fazem um trabalho posicionado, forte e honesto. Eles devem ser combatidos e silenciados.

Nosso Nordeste resistiu e não se entregou às falácias milicianas e neoliberais. Nosso underground não se deixou contaminar por uma falsa luta contra a corrupção para justificar o injustificável.

São eventos como Hardcore Contra o Fascismo, Facada Fest, a volta de zines, ilustradores, falas e ações diretas em apresentações, grupos como Headbanger Antifa, Brigada Metal Antifa sendo atuantes na propagação da mensagem… Estamos nos mobilizando. Porém isso tudo ainda é pouco. Somente com o povo na rua as investidas de Bolsonaro, Militares e toda a sua corja serão paradas.

Se a luta contra Bolsonaro conseguiu quebrar os preconceitos de gênero musical, colocando do mesmo lado punks, headbangers, straight edges entre outros, agora a missão é pensar além. Como ajudar aos movimentos sociais que parecem estar apáticos? Como ter força para impedir que destruam o mínimo que o nosso povo possui? Não tenhamos medo. Devemos sair da internet e ter essa força nas ruas.

Penúria Zero: Crítica Social Sem Deixar de Lado A Diversão

Em atividade desde 2005, a banda Penúria Zero teve início em Luziânia/GO. Após um hiato de alguns anos, a banda retornou com força total em 2011, com variadas formações, sendo que a mais longa delas foi com Tuttis no vocal, Sopão na guitarra, Fabi no baixo e Biscoito na bateria. No inicio do segundo semestre de 2019, Fabi deixa o baixo, vaga assumida por Ismael Braz. Com variadas apresentações em diversos festivais importantes na cidade, como Headbangers Attack, Ferrock e Porão do Rock, a banda também já se apresentou fora do círculo capital, com apresentações na Bahia, Goiânia e em Minas Gerais. Com um álbum e 4 webclipes lançados nos últimos 3 anos, atualmente a banda trabalha em músicas para lançar um EP digital em 2019. Conversamos um pouco com essa galera. Confira!

Vocês estão em atividade desde 2005, tendo alguns lançamentos. Como avaliam a mudança da cena independente nesses 14 anos de banda? O que melhorou e o que piorou?
Olá! Primeiramente gostaríamos de agradecer o convite. Muito obrigado pela oportunidade. Mas vamos lá sobre a pergunta… A banda foi fundada em 2005, mas não deu prosseguimento em suas atividades, por motivos pessoais, a Tuttis (vocalista) teve que se mudar para Paracatu(MG), no mesmo ano, deixando a banda inativa por 6 anos, retornando em 2011. Acho que a principal melhoria nesse tempo, foi na questão dos produtores. Hoje os eventos são na maioria das vezes bem mais organizados
que antes. Antigamente rolava muitos eventos organizados nas “coxas” hehehe Sem hora para começa, sem hora para acabar, as vezes você chegava no local para tocar e faltava: amps, baterias e tals…. Era bastante correria. A parte que está cada dia ficando pior, é fazer o publico sair de casa para prestigiar os eventos, mesmo com eventos mais organizados, com bandas conhecidas nacional e internacionalmente, o pessoal tá preferindo ficar em casa.

As letras de vocês tem um tom divertido, como em “Suco de Cevada” e crítico como em “Santa Hipocrisia”. Quem escreve as letras? Como se dá o processo de composição de vocês?
Então… rsrs. Na banda todo mundo escreve, é tudo junto e misturado. Normalmente alguém cria uma letra, uma melodia em casa manda no grupo da banda (zap), daí já começamos a trabalhar a composição individualmente. No ensaio juntamos tudo e acertamos os detalhes.

Verificamos que a banda teve uma mudança de integrantes, com a saída da baixista. O que podemos esperar dessa nova formação?
Coisa boa, te garanto. hehehe Já estamos ensaiando a algum tempo com novo baixista, que quem acompanha a banda já sabe que é o Ismael Braz (baxista da banda Os Maltrapilhos), o cara já tá aí na cena underground do DF a muito tempo, e é um excelente músico. Se tudo sair como planejado, até o final do ano já teremos novas músicas gravadas com o baixo do Ismael.

Os clipes que vocês possuem lançados se destacam pela produção de qualidade. Falem um pouco deles. Temos certeza que tem alguma história divertida!
Produção de qualidade? hehehe Valeu de mais por ter curtido. Nossa parte de fotos e vídeos são tudo na base do “faça você mesmo” e produzido pela própria banda,
sem roteiro, sem equipamentos caros, só uma nikon D3300 e as ideias na cabeça(que muitas das vez não dão certo). Em exemplo é o clipe de Suco de Cevada, nossa ideia inicial era bolar algo parecido com uma festa(o que aconteceu) e ter umas filmagens externas, filmagens em um bar e tals… Mas chegamos no dia da gravação, tomamos umas pingas e resolvemos simplificar e colocar todo mundo dentro de um banheiro na casa da Fabi (ex baixista) nesse dia consumimos 1L de cachaça + 1,5L de Cantina da Serra + várias caixas de Kaiser.

Vocês são muito ativos na cena do entorno do DF, além de tocar bastante, estão sempre organizando eventos. Como é levar a contra cultura para fora dos grandes centros?
Cara, é trabalhoso e gratificante ao mesmo tempo. Mesmo tirando do próprio bolso para fazer praticamente tudo. E mesmo com os poucos espaços que temos, quando organizamos esses eventos, nós nos sentimos mais vivos, sentimos parte de uma cena que tá lutado pra sobreviver, de uma cena que não quer deixar a “peteca cair”.

Indiquem 5 bandas da região de vocês que vocês curtam e comentem um pouco sobre elas.

Brazzatack, Podrera, Terror Revolucionário, Os Maltrapilhos, Beer and Mess.
Essas são bandas que estão na correria do underground já tem um tempo, tanto produzindo quanto tocando ou simplesmente comparecendo e fortalecendo o rolê.
Quando tiver um tempinho, procure nas mídias digitais, são bandas que realmente fazem a diferença no dia a dia do submundo musical aqui do Distrito Federal.

Considerações finais.
MUITO OBRIGADO pelo convite. É sempre bom encontrar pessoas dispostas a divulgar o nosso underground. Até a próxima.

Com Muito Mais Energia, Sangue Ódio Hardcore Retorna Com Lançamento de Single

Após anos de hiato, a banda Sangue Ódio Hardcore retorna aos palcos já lançando um novo single em lyric video produzido por Marcelo Silva. “Ousar lutar, ousar vencer” foi inspirada na frase de Carlos Lamarca ( militar desertor e guerrilheiro brasileiro, um dos líderes da luta armada contra a ditadura militar instaurada no país em 1964).

A banda planeja lançar um novo EP em breve. Enquanto isso não acontece, confira o single:

Desonra vomita toda a insatisfação com a extrema direita

Em uma música curta, rápida e intensa, a banda Desonra, de Brasília/DF,  faz críticas à extrema-direita, ao conservadorismo, à religião e ao modo de vida moderno, onde o que mais importa são as relações virtuais. Com todos esses elementos reunidos já é possível ter uma constatação, nunca vimos tantos casos de intolerância, ódio e depressão.

Além de mostrar aspectos negativos,VOMITE também traz uma saída: vomitar tudo o que há de ruim em você, e assim a limpeza interna vos libertará. A música já está disponível em todas as plataformas de streaming.

VOMITE foi gravada ao vivo no estúdio 1234 Recordings, no dia 9 de junho de 2019.

Solana Star lança primeiro EP “‘Moral Pra Movimentar”

Compacto de estreia da Solana Star contém seis faixas lançado de maneira 100% independente 

A banda de Hardcore Solana Star acabam de lançar seu primeiro EP. Intitulado ”Moral Pra Movimentar” (além para perceber) o compacto contém seis faixas lançado de maneira 100% independente, já disponível nas plataformas de streaming.   
O grupo Porto alegrense é formado por Northon – Vocal e Guitarra, Matheus Bastos – Guitarra, Matheus , Mineiro – Guitarra, Pedro Lara – Baixo, Coi – Bateria.

Contatos:

Facebook: https://www.facebook.com/SolanaStarHC
Instagram: https://www.instagram.com/solanastarhc
Twitter: https://twitter.com/solanastarhc
Soundcloud: https://soundcloud.com/solanastarhc


Gui Caiaffa: Bateria e Inclusão Social, pois o amor ao instrumento é para todos

Um novo canal de YouTube tem estimulado muitas pessoas a saírem do campo das ideias e colorem em prática aquilo que desejam fazer. Gui Caiaffa, é um baterista que nasceu com a síndrome de Apert, a qual uma das características é a fusão dos dedos da mão. Mas isso não o impediu de estudar o instrumento e se profissionalizar como músico. Em seu canal, a mensagem é clara: a bateria é para todos e todos podem aprender as técnicas, rudimentos e, o essencial, tocar com muita paixão e energia. Conversamos um pouco com o Gui. Confira a entrevista!

Foto por Estevam Romera

Sabemos que o seu interesse pela bateria começou na infância. Conte um pouco sobre esse despertar.

Eu era muito pequeno quando comecei. Minha mãe conta que quando eu tinha uns 3 anos, ela ia cozinhar e me punha no chão com um monte de panelas em volta e me dava colheres de pau para ficar brincando. Sempre nesse momento tinha uma música tocando e ela percebeu que, dependendo da música, eu batia nas panelas no mesmo ritmo. Foi então que ela ligou para um amigo maestro, e ele pediu para me ouvir. Ele deu a idéia para ela de esperar até eu ter uns 5 anos e me colocar na aula de musicalização pois achava que eu ia me dar bem. Nessa mesma época das panelas, lembro que meu pai me chamava para ver bandas tocando ao vivo na tv e na primeira vez em que eu vi alguém tocando batera, me hipnotizei de tal forma que quando cheguei na minha primeira aula de música, ja sentei no banquinho da batera e de la não sai mais.

Você possui a síndrome Apert, que tem como uma das caraterísticas a fusão dos dedos das mãos. Em algum momento essa síndrome te desestimulou nos estudos da bateria. Quais foram as maiores dificuldades que você enfrentou?

Quando eu comecei a tocar ja tinha feito todas as cirurgias para a abertura dos dedos e foi muito natural para mim o começo do aprendizado. Usava baquetas bem leves e não tive nenhuma dificuldade para aprender as levadas básicas. A medida que fui aprimorando meus estudos e a tocar coisas mais difíceis, as dificuldades que tive foram de aprendizado de técnicas, rudimentos, articulação e frases dependendo da música que eu ia tirar. Hoje em dia toco com uma baqueta 5B e continuo exercitando meus “pontos fracos”. Com relação a desestimulação nunca tive momentos que me fizeram querer desistir de tocar. Pelo contrario. Acho que foi um instrumento que para mim, sempre me deu forças para me manter firme e seguir meu caminho.

Foto: Estevam Romera

Você começou no som pesado, heavy metal e tal. Teve uma banda de pop e a escolha do seu primeiro drumcover foi um som do Muse, que é de rock alternativo. Fale um pouco sobre as suas influências de som.

Desde pequeno sempre tive influencia do rock. Mesmo meus pais não sendo músicos, eles sempre gostaram de música e colocavam bastante coisa para eu ouvir. O primeiro CD que eu escutei foi uma coletânea de rock alternativo que tinha The Cure, Killing Joke, David Bowie e vários outros. A medida que fui crescendo, fui conhecendo outras coisas como Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Guns N’Roses, até chegar na minha adolescência que foi quando eu descobri o som pesado mesmo. Aí escutava direto Metallica, Sepultura, Motorhead, Slipknot, Pantera e por ai vai. O Muse e outras bandas de rock menos pesadas também fizeram parte dessa época ( Dai a escolha de Hysteria). Mas paralelamente ao rock, sempre procurei ouvir outros estilos também como Pop, R&B, Funk, Soul e um pouco de jazz também. Hoje em dia o as bandas que escuto mais são Clutch, Queens Of The Stone Age, Kyuss, Nick Cave And The Bad Seeds e Mike Patton. Se fosse falar de tudo que eu curto a lista ia ser extensa, hehe.

Você está gravando no Family Mob, em São Paulo e é aluno do Jean Dolabella (ex-baterista do Sepultura atual Ego Kill Talent). Conte um pouco dessa relação na ideia de criar o canal.

Conheci o Jean quando eu tinha 18 anos. Li uma matéria sobre ele na Modern Drummer na época, e resolvi mandar um email para marcar uma aula. Na época fui na casa dele para ter aula. O Family Mob nem existia ainda. Achei que ia aprender técnicas de pedal duplo e tocar metal na primeira aula, mas foi totalmente o contrário, hehe. Quando ele colocou para tocar Cherish da Madonna para eu tocar junto estranhei um pouco no começo, mas vendo os toques que ele me passava com relação a técnicas, dinâmicas e outras maneiras de tocar, comecei a ter uma outra percepção da bateria e de outros estilos musicais . As aulas com ele foram esporádicas por uns 5 anos. Sou de SP capital, mas na época estava morando em Floripa e sempre quando vinha para cá, marcava as aulas. Faz 5 anos que voltei a morar em Sampa para me focar mais no meio musical e estudar. Nessa época o Family Mob ja existia e na primeira vez que entrei la, ja tive vontade de gravar alguma coisa la. Tendo aulas a quase 10 anos com o Jean, a gente construiu uma relação que acho que vai além de Professor/Aluno. Além de tocar, a gente conversa bastante também, e foi numa dessas conversas que a idéia do canal surgiu. Minha idéia inicial era só fazer drum covers e montar um portfólio para apresentar para amigos ou bandas que precisassem de um batera. Mas, conversando mais a respeito, fomos tendo a idéia de criar um diferencial para o canal e além dos drum covers, eu sempre iniciar os vídeos falando um pouco sobre mim, minhas próprias percepções com relação ao aprendizado e falando um pouco sobre a música do vídeo.

Foto: Estevam Romera

Ficamos muito inspirados com o seu intuito de trazer a questão da inclusão social para o canal. Além de ser um baterista excelente, sua história é fantástica. O que você pensa em trazer para o canal sobre a temática? 

Estou vendo a melhor maneira de encaixar este tema no canal. Mas principalmente quero fazer as pessoas acreditarem mais em si (Tendo elas alguma diferença ou não) e mostrar que por mais que hajam “limites”, cada um pode superar o medo e vence-los. Há cinco anos atrás conheci um projeto chamado Alma De Batera. É um projeto criado por um cara chamado Paul Lafontaine para oferecer aulas de bateria para pessoas com algum tipo de deficiência. Na primeira vez que fui assistir a uma aula, aquilo me transformou de tal maneira que me fez ter outra visão sobre essas pessoas e sobre mim mesmo. Tive a oportunidade de fazer alguns trabalhos voluntários como assistente dele e ver o quão amorosos e empáticos temos que ser não só com quem tenha alguma deficiência, mas sim com todos com quem convivemos.

Além dos drumcovers, quais serão as pautas do seu programa?

Vou falar do porque da escolha do set de batera e de pratos para cada música. Futuramente quero falar sobre inclusão no meio musical e fazer algumas entrevistas com algum outros bateras ou outros músicos até para possíveis participações nos covers. Quero ter uma interação maior com os inscritos também. A partir do segundo vídeo que vai ao ar nesse sábado (27 de Junho) eu falo para as pessoas fazerem perguntas para quem quiser saber mais sobre a síndrome e vou pedir também sugestões de músicas para futuros covers e qualquer outra pergunta que as pessoas queiram fazer relacionada a bateria. Acho assim, um jeito bem legal de construir os próximos conteúdos.

Parabéns pela iniciativa e muito obrigado pela atenção. Desejamos sucesso no canal. Espaço é seu! Deixe suas considerações finais e uma mensagem para quem quer se iniciar na música.

Eu que agradeço pelo reconhecimento do meu trabalho e pelo espaço que vocês estão me dando. Mesmo o canal tendo sido recém lançado, vocês do O Colecionador ja me apoiam e acho que podemos construir uma relação bem legal. Quero dizer para todos que queiram aprender algum instrumento, que não criem barreiras com relação a idade ou vocação para tocar. Vá atras do que acreditam e apenas façam o que gostam.