A banda paulista Setfire, original de Mauá, tem sido muito assídua nessa quarentena. Eles lançaram um full album, dois clipes, playthrough de guitarra e agora sessões de quarentena. E eles querem que a chama se espalhe ainda mais. Confira a entrevista que fizemos com eles.

Conte um pouco sobre o início da banda e a trajetória para chegar até aqui.
Antes do Setfire, tínhamos uma banda Cover de Sepultura+Pantera, chamada Territory Hostile. O Setfire é um banda de Thrash Metal paulista, oriunda da cidade de Mauá/SP, formada em Junho de 2009 com foco em composições próprias e com fortes influências de bandas como Pantera, Sepultura, Torture Squad, Death, Slayer, Lamb of God entre outras. Em 2010 lançamos o EP Deserted Land com 5 faixas, o qual rendeu muitas críticas positivas em sites, revistas, rádios, tanto no âmbito nacional quanto internacional, desse EP lançamos dois videoclipes das músicas Envy Shit e Revolution of Machines. Em 2015 o “Deserted Land” foi relançado na versão de fita cassete pela gravadora Norte americana Hotarex, remasterizado e com a capa redesenhada. A banda promove um Festival titulado “Setfire Fest” desde 2014 na cidade de Mauá-Sp, com a intenção de abrir espaço para as bandas do cenário independente apresentarem seus trabalhos, reunir o público para prestigiar o evento e fortalecer a Cena Rock/Metal na região Abc Paulista. Já foram realizadas 5 edições do Setfire Fest, com participações de bandas como: Vooodoopriest, Attomica, Vírus, Distraught entre outras. A formação atual da banda conta com Artur Morais nos vocais, Michael Douglas e Fernando Ferre nas guitarras, Felipe Jeronymo no contrabaixo e Nikolas Marcantonatos na bateria. Lançamos recentemente o nosso mais novo álbum Spots of Blood nas plataformas de Streaming e em mídia física. Desse CD, lançamos dois clipes das músicas Paralyzed e Paranoia, e um Lyric Video para a música Careless.
Em meio a pandemia e a impossibilidade da realização de tours, muitas bandas tem adiado os lançamentos, no entanto vocês optaram por lançar o excelente álbum Spots of Blood e dois clipes, que tem sido muito elogiados. Por que escolheram manter o lançamento? Isso impactou a resposta do público?
Nesse período de Pandemia a grande maioria das pessoas estão mais conectadas a internet, aproveitamos essa oportunidade para lançar o Spots of Blood em todas plataformas de Streaming juntamente com os clipes e estamos trabalhando fortemente nas Quarentine Sessions, que inclusive já foram lançados dois vídeos das músicas Nordeste e Revolution of Machines no nosso Canal do YouTube. A resposta do público vem sendo muito satisfatória, tanto relacionado ao Spots of Blood, quanto aos clipes lançados, estamos recebendo muitos elogios e um enorme reconhecimento da galera.
Vemos um Setfire mais maduro nesse trabalho. Como foi o processo de gravação do Spots of Blood?
Na época que lançamos o EP Deserted Land, logo após começamos a trabalhar nas composições do Spots of Blood, porém quando estávamos compondo a sexta música, conhecida hoje como Paralyzed, teve a saída do baterista Alex Momi da banda. Em 2013 o baterista Alex Kruppa assumiu o posto e reiniciamos o processo de composição das músicas, mas ele também deixou a banda após um período de 1 ano e meio. Em 2014 o baterista Daniel Balbinot entrou na banda, compôs a batera de todas as músicas e gravou o Spots of Blood na íntegra. Por esses motivos tivemos um bom tempo para amadurecer as composições e deixá-las cada vez mais próximas do que tínhamos como objetivo. O processo de composição da banda sempre foi bem democrático, todos integrantes davam suas opiniões em toda a estrutura da música, desde as linhas vocais até a batera, tudo de uma forma bem organizada e numa boa parceira. O interessante nisso tudo é que cada um conseguiu colocar um pouco de sua influência nas músicas e ficamos muito satisfeitos com o resultado. Com as músicas prontas fomos ao mesmo estúdio que gravamos o EP Deserted Land, chamado Acústica, localizado na cidade de São Caetano do Sul-Sp. O Danilo Pozzani foi responsável pela produção, mixagem e masterização do Disco e fez um trabalho extraordinário, os toques dele na produção das músicas foram essenciais para fazermos os últimos ajustes que precisava antes de iniciarmos as gravações.
Vocês divulgaram um vídeo muito bacana da participação do Vitor Rodrigues (ex Torture Squad e ex Voodoopriest) na música “The Thin Line”. Contem um pouco sobre essa parceria.
A amizade com o Vitor Rodrigues existe desde o lançamento do nosso EP Deserted Land em 2010, numa apresentação do Torture Squad entregamos o material pra ele na época e pouco tempo depois, ele enviou um e-mail pra banda com uma resenha extremamente detalhada de cada faixa do disco, ficamos muito felizes e impressionados com a atitude dele, daí em diante continuamos mantendo contato e essa amizade só se fortaleceu com o tempo. Convidamos ele para dividir os vocais com o Artur Morais na música The Thin Line e ele aceitou numa boa participar, tudo aconteceu de forma bem natural, o Artur entrou em contato com ele e o deixou a vontade para cantar nas partes que ele achasse melhor e se sentisse mais a vontade, não teve nenhuma regra. Ele curtiu demais a música e no estúdio arregaçou nos vocais (risos), cantou literalmente com a alma e se sentiu muito bem, dizendo pra gente que havia sido uma das melhores participações que ele havia feito, pela forma natural que aconteceu.
Por que vocês optaram por letras em inglês? Qual é a temática das letras que compõe o álbum?
A escolha do idioma foi para atingir de forma universal todos os públicos e facilitar as aberturas de portas pra banda com o resto do mundo. A parte literária da banda sempre foi pautada ao protesto à pobreza, o alerta ao crescimento tecnológico e seu impacto na história, as atitudes de violência e revolta geradas pelo estilo de vida que a sociedade impõe e o cotidiano das interações humanas. E nesse CD não foi diferente, o álbum Spots of Blood retrata em cada letra, as “manchas de sangue” deixadas pelo homem por suas atitudes erradas e decadentes ao longo da história, vale a pena ler com calma e refletir sobre o tema de cada letra. Temos uma música com a letra em português no álbum, chamada Macaco ou o Rato, que retrata a alienação da mídia sobre a sociedade.
Indiquem 3 bandas nacionais independentes que vocês gostam e ouvem o som.
Krisiun, Claustrofobia e Korzus.
Após a pandemia, podemos esperar uma tour aqui no nordeste?
Temos a pretensão de fazermos uma turnê “pós-pandemia” para divulgação do Álbum em âmbito nacional e dando tudo certo, com certeza na nossa rota o Nordeste estará incluso.
Obrigado pela atenção. Deixem uma mensagem para o público.
Primeiramente gostaríamos de agradecer ao Moisés Duarte do blog “O Colecionador – Música independente” pela abertura do espaço para falarmos um pouco sobre o trabalho e história do Setfire.
E mandar um abraço e agradecimento a todos os nossos fans(Firebangers), que acompanham nosso trabalho e são o combustível para as chamas do Setfire, sem vocês nada disso faria sentido!!!
Quem não conhece ainda o nosso trabalho, acesse os links abaixo para conferir:
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