O quinteto finlandês Rootbrain fecha a tríade de singles que abrem os trabalhos para seu disco de estreia Breakwater com o lançamento da faixa Floating Feathers disponível nas principais plataformas digitais. Floating Feathers ganhou também versão em lyric video no canal de YouTube da banda.
O grupo, que fez sua estreia no início de 2021 promovendo uma sonoridade e estética que batizam de Black Grunge, tem no currículo também as músicas Lion Tamer e Gone by the Waves. Black Grunge é a resposta do quinteto formado por um time experiente de músicos vindos das bandas Triptykon, Profane Omen & Kuolemanlaakso ao que escutavam ultimamente e já não agradava. Se juntaram então para criar e pôr em prática o som que eles mesmos queriam escutar: uma junção do peso do heavy metal com a pegada do som nascido em Seattle nos anos 1990.
Levaram assim para Helsinque um pedaço da atmosfera vivida há 30 anos pelo mundo vinda dos Estados Unidos em um casamento com a música pesada que tão bem os finlandeses sabem fazer e são reconhecidos.
A maior curiosidade do Rootbrain é que seu vocalista Jules Näveri mora no Brasil, no Rio de Janeiro, há sete anos e é da cidade que toca os trabalhos com os conterrâneos finlandeses. Seu amor e familiaridade com o país é grande influência para que Rootbrain aposte fichas junto aos brasileiros.
Com lançamento no dia 16 de setembro em todas as plataformas digitais, “Quero Que O Mundo Se Importe” é o nome do novo single da banda pernambucana Diablo Angel. A música marca a nova fase da banda que está com uma nova formação.
Diferente de todos os trabalhos já lançados pela Diablo Angel antes, “Quero Que O Mundo Se Importe” traz elementos eletrônicos dentro de uma sonoridade contemporânea. Com muitos synths, guitarras e reverbs, a música é inspiradora e necessária nesse momento que o mundo passa hoje.
“Depois de dois álbuns lançados, chegou a hora de experimentar ainda mais e trazer novos sons e experiências para a Diablo Angel”, afirma a vocalista e guitarrista, Kira Aderne. Além da cantora, o grupo conta com Nivea Maria nos teclados e synths, Tárcio Luna na guitarra e Vitor Lima na bateria.
“Quero Que o Mundo Se Importe” tem produção de Pedro Diniz, baixista e produtor da Mundo Livre S/A, e trabalhos técnicos de Mathias Canuto do Estúdio Pólvora.
A banda paulistana Desalmado, que está há 17 anos na estrada, conseguiu nos surpreender mais uma vez. Quando pensávamos que eles atingiram seu auge com Save Us From Ourselves, álbum em que já haviam feito a transição do som do grindcore para o death/grind, eles resolveram ousar e absorver elementos de outras vertentes do metal, como o sludge e o doom. O resultado não poderia ter sido outro: um disco de metal, que já não se pode ser rotulado. É o Desalmado, com suas características marcantes, mas com uma sonoridade que te evoca sentimentos nem sempre tão bonitos, como a raiva, a melancolia e o transborda em pranto.
Mass Mental Devolution vem após o lançamento do EP Rebelião (2020), que contou com duas faixas em português, trabalho no qual encontramos músicas mais rápidas e com muita crítica ao capitalismo e ao neoliberalismo que nos massacra.
Para quem ainda não conhece, antes de falar propriamente sobre o álbum, apresento Caio Augusttus (vocalista), Estevam Romera (guitarrista), Bruno Teixeira (baixista) e Ricardo Nützmann (baterista): Desalmado, banda que está em atividade desde 2004, sem pausas, e com a maioria dos membros fundadores, conta com shows brutais e enérgicos. Se você puder, em 2022, assista uma apresentação, te garanto que a experiência vai trazer alguns roxos, mas você vai agitar no mosh, como se tivesse 17 anos novamente.
OITO MÚSICAS PARA MATAR DEUS
A faixa título desse grandioso trabalho, Mass Mental Devolution é um som porrada, que nos coloca de frente exatamente com a involução mental em massa que os tempos da hiperconectividade trouxeram. Com riffs vertiginosos e uma batera na velocidade da luz, com certeza será um dos queridos do público em shows.
O clima pesado da busca pelo seu lugar no mundo e em um sistema excludente, está expressado nos vocais fortes, marcantes e que demonstram o desespero contido de cada indivíduo. Caio canta sobre riffs agonizantes de Estevam Romera, que somados aos graves do Baixo de Bruno e a bateria de Riocardo, que preenche o som como se arrancasse algo da sua alma.
O desespero cede lugar a porrada, em Praise The Lord and KillPeople, música extremamente crítica e com sonoridades mais voltadas ao death metal. Fãs da fase mais metal de Napalm Death vão apreciar.
Quando você perde tudo e o vazio te toma, e você luta continuar, mas é tomado pela melancolia. Se você já passou por isso, vai se identificar com as melodias tristes e peso que Hollow traz em cada camada de sua composição. Destaque para o pranto que soa como um chamado da morte, feito pela cantora argentina Noelia Recalde, que trouxe ainda mais agonia para a música. O sludge metal está presente até às entranhas.
As raízes do grind podem ser reencontradas no death metal em Unity, som para se quebrar e liberar o seu ódio por esse mundo desigual. Unidos para sobreviver e bradar um dos melhores sons do álbum. É um som que conta com muitas características já clássicas do desalmado como riffs, passagens de bateria e vocais extremos.
Palhetadas de black metal? Temos também! My Enemy, merece destaque pela masterização que te deixa imerso no som. Não há muito o que escrever, apenas sentir. Para mim, o melhor som do trabalho.
Krisiun está aqui! Sim, está com o solo característico de Moysés Koslene em Outsiders. Outro som que merece muito destaque (sinceramente, é difícil colocar destaques, quando os 8 sons são grandes obras). Aqui encontramos passagens melancólicas e muito bonitas naturais do sludge, que cedem lugar a brutalidade de riffs na pegada black metal, como em uma transição para a explosão de raiva, que chega às passagens mais rápidas mais death metal. O solo do Moysés é a cereja desse bolo negro.
Fechando esse, que pra mim já figura como um dos melhores lançamentos de 2021, temos Your God Your Dictator, o primeiro single lançado do trabalho. Uma crítica voraz às religiões e suas guerras, que na realidade escondem outros interesses. Os deuses do capitalismo que fazem povos se matarem em nome da fé. O clima do som é pesado, com passagens ora mais brutais, ora mais rápidas. Aqui exaltamos a bateria que está incrível. Como diria o próprio Caio, Ricardo toca gostoso. rs
Nota: 10/10
Estamos ansiosos para ver a banda levar o nome do metal brasileiro para a Europa e América Latina em 2022, em grandes festivais como o Obscene Extreme Festival que já anunciou a presença da banda. Desalmado é um dos nossos grandes orgulhos da cena nacional.
Corja! faz apresentação online especial neste domingo (12), às 19h30, no canal de YouTube da banda pela 5º Edição do Festival Acordes do Amanhã – #MúsicasQueAbraçam. O evento é apresentado pela Enel, pela Plataforma Sinfonia do Amanhã e pelo Governo do Estado do Ceará, com apoio institucional da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, via lei de incentivo à cultura. O Festival tem realização da Quitanda Soluções Criativas e do Instituto BR Arte. A produção é da Cinco Elementos Produções, com produção executiva da Marco Zero Produções.
Considerado um dos grandes expoentes do metal nordestino da atualidade e encabeçado pela expressiva, enérgica e marcante performance de palco e vocal gutural da vocalista Haru Cage, Corja! está na estrada desde 2017 e carrega na proposta a intenção de explorar temas que abordam os conflitos humanos em letras em português introspectivas que se aprofundam na autocrítica, misturadas com riffs de guitarra pesados e vocais extremos. Compõem a banda também Darlan Pinheiro (guitarra), Pedro Felipe (baixo) e Silvio Romero (bateria) que dessa vez contam com a participação especial do guitarrista David Barroso.
A banda que está atualmente divulgando seu álbum de estreia, Insulto, aparece como representante de uma vertente que mistura o metal extremo com o hardcore, culminando em um som crossover resultante das diversas influências, bagagem e experiências de vários outros projetos que seus músicos participaram.
Verbete obrigatório da enciclopédia virtual do rock, Wander Wildner é autor de clássicos como Bebendo Vinho, Não Consigo Ser Alegre o Tempo Inteiro, e também do recém lançado livro Aventuras de um Punkbrega (Yeah, 2021). Nos anos 80, o artista viu o mundo do palco à frente dos Replicantes, desaguando sua carreira solo nos mares de uma extensa discografia. Por mais de duas décadas em shows pelo país, algumas turnês pela América do Sul e Europa, e com lançamentos icônicos, Wander fez em canções a crônica sagaz da passagem dos tempos, seja pelo punk, pelo brega, pelo folk e cancioneiro popular.
Em Coração Selvagem, produzido através de um crowdfunding, Wander Wildner apresenta o seu disco mais ousado, incorporando influências do rock independente e diferentes gêneros populares à sua já consolidada visão de mundo. Em uma meditação sobre o tempo, o disco soa mais moderno: o músico e poeta olha para o presente, revelando o Loop Desenfreado (faixa 2, destaque radiofônico do álbum) em que o passado parece se repetir infinitamente, como sugere a composição em parceria com o pernambucano Juvenil Silva. Outros destaques são Aventuras de um Punkbrega, cuja letra é a soma dos títulos de capítulos do livro, e ainda 9 Segundos, onde o artista expõe sua alma acompanhado apenas do som de cellos, as duas feitas com o parceiro Gustavo Kaly, compositor catarinense radicado em Barcelona. Coração Selvagem, tanto o disco quanto a faixa, em parceria com o gaúcho Jimi Joe, convergem à música punk, experiência de vida e uma outra forma de ver este mundo.
Relação de faixas: 1. O TEMPO (Wander Wildner) 2. LOOP DESENFREADO (Wander Wildner/Juvenil Silva) 3. A REALIDADE (Wander Wildner) 4. SOBRE BRASAS (Wander Wildner) 5. ARDENDO (Wander Wildner) 6. CORAÇÃO SELVAGEM (Wander Wildner/Jimi Joe) 7. 9 SEGUNDOS (Wander Wildner/Gustavo Kaly) 8. A FONTE (Wander Wildner) 9. AVENTURAS DE UM PUNKBREGA (Wander Wildner/Gustavo Kaly) 10. SÓ COM MEU CORAÇÃO (Wander Wildner) 11. CORAÇÃO EM PÓLVORA (Gustavo Kaly) 12. PÉS NO CHÃO (Gustavo Kaly)
Coração Selvagem foi produzido por Wander Wildner e Thomas Dreher, gravado em agosto de 2021 no Estúdio Dreher, em Porto Alegre, com participação da baixista Georgia Branco, que já tocou com as Mercenárias, Paulo Miklos e Itamar Assumpção, da baterista Pitchu Ferraz, que foi integrante das bandas Nervosa e Mercenárias, e por Rust Costa (RVST), nas guitarras e teclados. A arte da capa é de Allan Sieber.
O disco será lançado dia 6 de outubro em todas as plataformas de streaming e em cd físico, que poderá ser adquirido na loja virtual da Yeah, no site oficial wanderwildner.com