O Ben para todo mal: Iggor Cavalera fala sobre filhos, reencontro com o irmão Max, família e a palheta coçadeira do Iron Maiden

Gestar uma produção audiovisual não é brincadeira. Mas “O Ben para todo mal” está de volta, com episódios inéditos abordando músicos em conversas sobre a relação entre filhos e o fazer artístico. Para pontuar o momento, batizamos a temporada de “se criando no isolamento”. O nome é uma alusão aos bate-papos realizados à distância em razão das restrições impostas pela pandemia no novo coronavírus. A grafia é mesmo fora do padrão — como nossa ideia de parentalidade — trocando a ênclise, que seria o correto, pela próclise. A expressão “se criando” é uma gíria comum no Rio Grande do Sul e significa, grosso modo, “se desenvolvendo”, “nascendo”.

A estreia da nova fase é com Iggor Cavalera (Petbrick / Mixhell). O baterista e ex-integrante da maior banda de metal parida no Brasil, fala sobre a importância da família para a carreira, o nascimento do Sepultura, o peso que o filho mais novo teve na reconciliação com o irmão Max — com quem ficou uma década sem conversar diretamente — e o uso fora do comum para palhetas do Iron Maiden. Assista ao episódio aqui (https://bit.ly/obeniggorcavalera). Em breve, também na programação da Music Box Brazil.

Na sequência, ainda teremos entrevistas com o rapper Afro-X, com a cantora Fernanda Takai (Pato Fu) e com o jornalista André Barcinski (que, entre tantos trabalhos, escreveu a biografia de João Gordo, vocalista do Ratos de Porão e um de nossos convidados na primeira temporada).

A montagem e edição do projeto segue sob a tutela de Sérgio Caldas, criador da Subverse Filmes.

Sobre o Ben para todo Mal

Filhos só fazem bem. Até para os maus — ou tidos como tal. Além disso, são um alento para todos os males. Dão trabalho, vá lá, mas são nosso bem mais precioso.

E o Homero, jornalista e pai do Ben, (com)provou isso desde que o guri nasceu. Aí, resolveu conversar com figuras que o cidadão de bem considera malvadas para mostrar a influência que uma criança exerce na vida dessa turma ‘maligna’.

Então, idealizou ‘O Ben para todo mal’ (assim mesmo, com ‘n’, para homenagear o filhote), série de entrevistas com criaturas fora dos padrões convencionais da família brasileira. A ideia é conversar com rockeiros — do mainstream ao underground — e gente que não se apega às convenções de pai & mãe tradicionais.

Até o momento, foram produzidos 13 episódios com personagens nacionais e internacionais. Entre eles: Jão e João Gordo (Ratos de Porão), Julia Barth (Os Replicantes), Andreas Kisser (Sepultura), Colin Abrahall (GBH), CJ Ramone, Rodrigo Lima (Dead Fish), Fredrik Larzon (Millencolin), João Kombi (Test), Toby Morse (H2O), Fredi Chernobyl (Comunidade Nin-Jistu),  Rafel Malenotti (Acústicos & Valvulados) e Simon Chainsaw (Simon Chainsaw & The Hippie Killers). Estão todos disponíveis aqui: www.youtube.com/c/OBenparatodomal

Quem ajuda nessa criação é o produtor e editor de vídeos Sérgio Caldas, da Subverse Filmes, que já tem extenso currículo com produções audiovisuais ligadas à música. É ele o responsável por conceber o projeto na tela.

Além de um canal no Youtube, a iniciativa ganhou espaço no canal Music Box Brazil — que  está na grade de programação das maiores operadoras de TV a cabo do país e é o segundo maior canal de música do país (sendo o primeiro de conteúdo nacional). As exibições são semanais e podem sofrer alterações conforme a programação da emissora.

Canal no Youtube: www.youtube.com/c/OBenparatodomal

Facebook: /www.facebook.com/obenparatodomal

Instagram: www.instagram.com/obenparatodomal/

Eles Estão Revolucionando a Mídia Musical Independente

Com a popularização de plataformas de vídeo streaming, como a Amazon e a Netflix, e mesmo o crescimento de conteúdos em canais de YouTube, o nosso modo de consumo de entretenimento mudou. A música continua em nossas vidas, mas o seu consumo também está diferente. Não ouvimos mais discos completos, demos lugar a playlists com variações de bandas e estilos, as gravadoras perderam sua força e influência na mídia televisiva, o que acarretou no quase fim dos programas musicais na TV aberta. E o que isso influencia na cena brasileira? Em tudo.

ANGRA no MUSIKAOS (2002) - Arquivo KZG - YouTube


O metal e o hardcore, que nos anos 90 e 00 lotavam estádios, eram temas de filmes e novelas, influenciou muitos jovens a começar a sua banda e criar sonoridades únicas em nosso país. Apesar de serem estilos que em poucos momentos tiveram holofotes, em canais como a MTV, ou programas como o Musikaos e Alto Falante na Tv Cultura, ou mesmo o Clipper com a Drika Lopes, os timbres pesados e a rebeldia inflamavam os jovens. Hoje, temos adolescentes que acham que o rock em geral é algo ultrapassado, conservador e, por que não, fora de moda. Esse é um dos (e não apenas o único) motivos da não renovação do público.

Na contramão das tendências, temos as bandas guerreiras que continuam produzindo seu som honestamente, selos, portais e blogs, como esse singelo colecionador, fanzines e revistas que insistem e mantém o cenário independente com a chama acesa, apesar do vendaval que teima em apagá-la. No entanto, hoje, eu gostaria de dissecar um pouco do trabalho fundamental que tem salvado a quarentena (e a saúde mental) de muitos: os canais de Youtube!

São inúmeros os coletivos ou indivíduos que tem produzido conteúdo que exaltam o underground brasileiro e, aos que gostam de exaltar produções estrangeiras, as feitas por essa galera não ficam nenhum pouco atrás no quesito qualidade, curadoria e inovação na forma de tratar a música. Sem competição, um puxando o outro, para que todos tenham visibilidade. Quem ganha com o trabalho duro desse pessoal, é a cena que se fortalece e alcança novas pessoas que talvez venham a participar de shows no pós pandemia.

Não é fácil, nem barato ter um canal. Equipamentos são caros, é necessário desprender tempo para pesquisa, roteiro, edição, divulgação, entre tantos outros itens trabalhosos que nos são alienados quando consumimos. Justamente por isso, essa matéria tem a finalidade de apresentar alguns dos canais que mais tenho acompanhado nesse período de quarentena e espero que sejam importantes a vocês também.

KAZAGASTÃO

Produzido pelo mestre do jornalismo musical Gastão Moreira, o Kazagastão é um programa que aborda o rock em geral, mas não esquece das pequenas bandas. Gastão é apaixonado por música, por isso a qualidade é um item essencial na sua curadoria. Com diversos programas na grade, funciona como um canal mesmo e o meu favorito é o KZG Recomenda.

CENTRAL PANELAÇO

O programa do João Gordo, com entrevistas amistosas e promoção do vegetarianismo, Panelaço se reinventou durante a pandemia com a nobre atitude do Gordo em destinar a arrecadação das entrevistas do programa Clube do Risco para o projeto Solidariedade Vegan, que distribui marmitas para pessoas em condição de rua em São Paulo. Com espaço a vários nomes da cena independente, esse programa é a minha recomendação.

CANAL SCENA

Provavelmente o principal canal de conteúdo sobre bandas independentes, conta com um grande coletivos de pessoas que doam o seu trabalho para dar visibilidade às bandas undergrounds. O canal tem programação quase que diária, com programas incrivelmente bons e qualidade de áudio, vídeo e edição ímpar. Dentre podcasts, vídeos longos e curtos, o carro chefe é o Ao Vivo. Se você quer conhecer bandas que tem um som fuderoso além de tudo aquilo que compõe o underground, esse é o seu canal.

UNLEASHED NOISE RECORDS

Canal focado no punk e suas vertentes, conta com entrevistas com perguntas muito bem formuladas como carro chefe e estímulo a visibilidade do som produzido por pessoas pretas dentro do underground. Dirigido por Leandro, também possui quadros colaborativos com indicações de filmes, zines e discos. Canal pra quem tem o senso crítico apurado e aberto ao diálogo.

GOBLIN UNDERGROUND TV

Canal que conta com alguns programas, focado em metal e que tem como principal tipo de conteúdo entrevistas e captação de apresentações ao vivo de bandas (antes da pandemia). Como diferencial, indico o programa Garotas no Front, em que a presença da mulher no metal é debatida em diferentes óticas.

BAILE DO CAPIROTO

Canal apresentado por Igor Giroto, que tem como principal conteúdo a dissecação de álbuns ou discografias de bandas. Sempre ilustrados com materiais físicos, os vídeos focam principalmente bandas independentes. O canal também conta com podcasts. Pra quem quer se aprofundar nas histórias das bandas, o canal é um prato cheio.

FLASHBANGER

Inicialmente focado em cobertura de shows e entrevistas nos mesmos, o canal tem Steph Ciciliatti como âncora. Conteúdo descontraído, lembra coberturas e quadros da finada MTV. Destaque para a qualidade das produções e conteúdo variado, como moda, dicas de divulgação e indicações. Apesar da pausa devido a pandemia, as entrevistas “de campo” são o grande forte da simpática e irreverente Steph.

HEAVY METAL ONLINE

Gerido pelo Clinger, é um canal dedicado a divulgação de bandas do cenário underground nacional e aborda os acontecimentos que envolve o meio, divulgando a apresentando novidades e atrações. Reserva espaço para cobertura de eventos, com reportagens, cenas de shows, bastidores e entrevistas. Durante a pandemia, as lives com debates tem sido o grande destaque.

Gui Caiaffa: Bateria e Inclusão Social, pois o amor ao instrumento é para todos

Um novo canal de YouTube tem estimulado muitas pessoas a saírem do campo das ideias e colorem em prática aquilo que desejam fazer. Gui Caiaffa, é um baterista que nasceu com a síndrome de Apert, a qual uma das características é a fusão dos dedos da mão. Mas isso não o impediu de estudar o instrumento e se profissionalizar como músico. Em seu canal, a mensagem é clara: a bateria é para todos e todos podem aprender as técnicas, rudimentos e, o essencial, tocar com muita paixão e energia. Conversamos um pouco com o Gui. Confira a entrevista!

Foto por Estevam Romera

Sabemos que o seu interesse pela bateria começou na infância. Conte um pouco sobre esse despertar.

Eu era muito pequeno quando comecei. Minha mãe conta que quando eu tinha uns 3 anos, ela ia cozinhar e me punha no chão com um monte de panelas em volta e me dava colheres de pau para ficar brincando. Sempre nesse momento tinha uma música tocando e ela percebeu que, dependendo da música, eu batia nas panelas no mesmo ritmo. Foi então que ela ligou para um amigo maestro, e ele pediu para me ouvir. Ele deu a idéia para ela de esperar até eu ter uns 5 anos e me colocar na aula de musicalização pois achava que eu ia me dar bem. Nessa mesma época das panelas, lembro que meu pai me chamava para ver bandas tocando ao vivo na tv e na primeira vez em que eu vi alguém tocando batera, me hipnotizei de tal forma que quando cheguei na minha primeira aula de música, ja sentei no banquinho da batera e de la não sai mais.

Você possui a síndrome Apert, que tem como uma das caraterísticas a fusão dos dedos das mãos. Em algum momento essa síndrome te desestimulou nos estudos da bateria. Quais foram as maiores dificuldades que você enfrentou?

Quando eu comecei a tocar ja tinha feito todas as cirurgias para a abertura dos dedos e foi muito natural para mim o começo do aprendizado. Usava baquetas bem leves e não tive nenhuma dificuldade para aprender as levadas básicas. A medida que fui aprimorando meus estudos e a tocar coisas mais difíceis, as dificuldades que tive foram de aprendizado de técnicas, rudimentos, articulação e frases dependendo da música que eu ia tirar. Hoje em dia toco com uma baqueta 5B e continuo exercitando meus “pontos fracos”. Com relação a desestimulação nunca tive momentos que me fizeram querer desistir de tocar. Pelo contrario. Acho que foi um instrumento que para mim, sempre me deu forças para me manter firme e seguir meu caminho.

Foto: Estevam Romera

Você começou no som pesado, heavy metal e tal. Teve uma banda de pop e a escolha do seu primeiro drumcover foi um som do Muse, que é de rock alternativo. Fale um pouco sobre as suas influências de som.

Desde pequeno sempre tive influencia do rock. Mesmo meus pais não sendo músicos, eles sempre gostaram de música e colocavam bastante coisa para eu ouvir. O primeiro CD que eu escutei foi uma coletânea de rock alternativo que tinha The Cure, Killing Joke, David Bowie e vários outros. A medida que fui crescendo, fui conhecendo outras coisas como Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Guns N’Roses, até chegar na minha adolescência que foi quando eu descobri o som pesado mesmo. Aí escutava direto Metallica, Sepultura, Motorhead, Slipknot, Pantera e por ai vai. O Muse e outras bandas de rock menos pesadas também fizeram parte dessa época ( Dai a escolha de Hysteria). Mas paralelamente ao rock, sempre procurei ouvir outros estilos também como Pop, R&B, Funk, Soul e um pouco de jazz também. Hoje em dia o as bandas que escuto mais são Clutch, Queens Of The Stone Age, Kyuss, Nick Cave And The Bad Seeds e Mike Patton. Se fosse falar de tudo que eu curto a lista ia ser extensa, hehe.

Você está gravando no Family Mob, em São Paulo e é aluno do Jean Dolabella (ex-baterista do Sepultura atual Ego Kill Talent). Conte um pouco dessa relação na ideia de criar o canal.

Conheci o Jean quando eu tinha 18 anos. Li uma matéria sobre ele na Modern Drummer na época, e resolvi mandar um email para marcar uma aula. Na época fui na casa dele para ter aula. O Family Mob nem existia ainda. Achei que ia aprender técnicas de pedal duplo e tocar metal na primeira aula, mas foi totalmente o contrário, hehe. Quando ele colocou para tocar Cherish da Madonna para eu tocar junto estranhei um pouco no começo, mas vendo os toques que ele me passava com relação a técnicas, dinâmicas e outras maneiras de tocar, comecei a ter uma outra percepção da bateria e de outros estilos musicais . As aulas com ele foram esporádicas por uns 5 anos. Sou de SP capital, mas na época estava morando em Floripa e sempre quando vinha para cá, marcava as aulas. Faz 5 anos que voltei a morar em Sampa para me focar mais no meio musical e estudar. Nessa época o Family Mob ja existia e na primeira vez que entrei la, ja tive vontade de gravar alguma coisa la. Tendo aulas a quase 10 anos com o Jean, a gente construiu uma relação que acho que vai além de Professor/Aluno. Além de tocar, a gente conversa bastante também, e foi numa dessas conversas que a idéia do canal surgiu. Minha idéia inicial era só fazer drum covers e montar um portfólio para apresentar para amigos ou bandas que precisassem de um batera. Mas, conversando mais a respeito, fomos tendo a idéia de criar um diferencial para o canal e além dos drum covers, eu sempre iniciar os vídeos falando um pouco sobre mim, minhas próprias percepções com relação ao aprendizado e falando um pouco sobre a música do vídeo.

Foto: Estevam Romera

Ficamos muito inspirados com o seu intuito de trazer a questão da inclusão social para o canal. Além de ser um baterista excelente, sua história é fantástica. O que você pensa em trazer para o canal sobre a temática? 

Estou vendo a melhor maneira de encaixar este tema no canal. Mas principalmente quero fazer as pessoas acreditarem mais em si (Tendo elas alguma diferença ou não) e mostrar que por mais que hajam “limites”, cada um pode superar o medo e vence-los. Há cinco anos atrás conheci um projeto chamado Alma De Batera. É um projeto criado por um cara chamado Paul Lafontaine para oferecer aulas de bateria para pessoas com algum tipo de deficiência. Na primeira vez que fui assistir a uma aula, aquilo me transformou de tal maneira que me fez ter outra visão sobre essas pessoas e sobre mim mesmo. Tive a oportunidade de fazer alguns trabalhos voluntários como assistente dele e ver o quão amorosos e empáticos temos que ser não só com quem tenha alguma deficiência, mas sim com todos com quem convivemos.

Além dos drumcovers, quais serão as pautas do seu programa?

Vou falar do porque da escolha do set de batera e de pratos para cada música. Futuramente quero falar sobre inclusão no meio musical e fazer algumas entrevistas com algum outros bateras ou outros músicos até para possíveis participações nos covers. Quero ter uma interação maior com os inscritos também. A partir do segundo vídeo que vai ao ar nesse sábado (27 de Junho) eu falo para as pessoas fazerem perguntas para quem quiser saber mais sobre a síndrome e vou pedir também sugestões de músicas para futuros covers e qualquer outra pergunta que as pessoas queiram fazer relacionada a bateria. Acho assim, um jeito bem legal de construir os próximos conteúdos.

Parabéns pela iniciativa e muito obrigado pela atenção. Desejamos sucesso no canal. Espaço é seu! Deixe suas considerações finais e uma mensagem para quem quer se iniciar na música.

Eu que agradeço pelo reconhecimento do meu trabalho e pelo espaço que vocês estão me dando. Mesmo o canal tendo sido recém lançado, vocês do O Colecionador ja me apoiam e acho que podemos construir uma relação bem legal. Quero dizer para todos que queiram aprender algum instrumento, que não criem barreiras com relação a idade ou vocação para tocar. Vá atras do que acreditam e apenas façam o que gostam.

Canais de YouTube: Scena

O que acontece quando membros do Desalmado, Manger Cadavre?, Oitão, Crexpo e outros amigos resolvem se unir para proporcionar um material foda para as bandas da cena do som extremo? Rapaz, podemos dizer que o trabalho que faltou a MTV fazer pelas bandas independentes nos anos 90 e 2000, estão muito bem feitos nesse canal!

Com quatro programas fixos, o canal tem como principal quadro o #scenaaovivo, em que as bandas fazem uma espécie de ensaio e conversam com o apresentador Caio Augusttus, que traz a tona aquilo que muita gente não presta atenção, o conteúdo das letras. Além disso, outros quadros são muito importantes para a cena, como o Listão, em que os membros ou convidados indicam coisas relacionadas a cena. Temos ainda o Shuffle, em que de acordo com um tema eles indicam 5 bandas que compõem uma playlist no Spotify. Por fim, o que eu mais curto, o Falatório Scena, que conta com uma hora de discussão sobre determinados temas da cena, que não se resumem a música.

Todos fazem um trabalho voluntário no canal, que vai da captação de imagens (Nata, Estevam e recentemente Matheus que somou com o time), produção com Adressa e Ed e mesmo o excelente áudio pelo Otávio e edição pelo João. Sem ganhar nada em troca, como eles mesmos dizem “além da satisfação em proporcionar um conteúdo de qualidade para as bandas”. Como eles tem alguns custos fixos de produção, você pode ajudar doando qualquer valor: https://apoia.se/canalscena

Pra quem curte uma sonzeira pesada, o canal é um portifólio para que você conheça mais bandas e o seu posicionamento. Parabéns pra essa galera que além de ser muito atuante com suas bandas, ainda presta esse serviço de muita importância para a cena.

Canais de YouTube: Gui Caiaffa – Bateria e Inclusão Social

O baterista Gui Caiaffa lançou no último dia 13 de julho, dia do rock, um canal no YouTube sobre bateria. Ele, que iniciou as práticas do instrumento aos cinco anos de idade, inaugurou o canal com o drumcover da música “Hysteria” da banda de rock alternativo Muse. 

Gui é portador da síndrome Apert, a qual uma das características é a fusão dos dedos das mãos. Mas isso nunca o impediu ou limitou os estudos na bateria, pelo contrário: a identificação se tornou uma profissão. Após algumas cirurgias para separação, mesmo com os dedos menores, ele passou a ter total liberdade e independência para tocar.  

A ESTRADA

Aos dezoito anos, Gui ouvia muito som pesado e era fã de Sepultura. Por isso, ao descobrir que o ex-baterista da banda, Jean Dolabella, dava aulas, imediatamente o procurou para aprimorar os estudos.


Tendo passado por uma banda de pop que atuou em bares e pubs, Gui acumulou a experiência da dinâmica de palco e acrescentou novas formas a sua maneira de tocar. 

INCLUSÃO SOCIAL

A partir das aulas com Jean, a ideia do canal surgiu para que Gui pudesse mostrar um pouco sobre a sua profissão, como uma espécie de portifólio. Paralelamente a isso, a ideia de incorporar a inclusão social foi amadurecendo. Abordando a síndrome, adaptações e a própria evolução, Gui é um produtor de conteúdo que influencia outras pessoas (com diferenças físicas ou não) a superarem os medos e iniciarem a prática desse instrumento que é libertador e a fazer qualquer coisa que tiverem vontade. Afinal, a bateria é para todos. 

Conheça:

YouTube: https://www.youtube.com/GuiCaiaffaDrummer
Facebook: https://www.facebook.com/guicaiaffadrummer/
Instagram: https://www.instagram.com/guicaiaffa.drummer/
Email: guicaiaffa@icloud.com

Canais de YouTube: Meninos da Podrera

Talvez o pioneiro em conteúdo em vídeo sobre a cena independente, Meninos da Podrera é um dos canais mais legais na internet. Com frequência anual de entrevistas desde 2015, já recebeu convidados que vão das pequenas bandas ao mainstream.

A imagem pode conter: 3 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas sentadas

Criado por Enrico Herrera (Cabeça), Thiago Soares (Testa) e Melina Kato, com o intuito de entrevistar bandas e abordar questões diferentes dentro da cena underground, eles colocaram algo o que os três têm em comum: ser do interior. Desde então recebem convidados dos mais variados gêneros musicais, sempre com uma trilha sonora inusitada. A equipe, sempre composta por amigos, já cresceu e já diminuiu, mas hoje é composta pelos fundadores (Cabeça, Testa e Melina), Fabio Prandini fazendo parte importantíssima da produção e do contato com os convidados e Estevam Romera fazendo a direção de fotografia. O canal também conta com um jovem, chamado Guilherme, que como todo jovem no meio de um monte de velho, faz tudo que precisa e ainda toca o projeto de desenvolvimento do site. Em 2019, o canal se reformula, propondo formatos diferentes, identidade visual nova (feita por Heloisa Dassie ) e um conteúdo mais divertido.

Eu, particularmente, acompanho esse pessoal desde 2016 e só tenho a agradecer por darem espaço para novas bandas. Conheci muitas por lá e, enquanto muitos canais entrevistam as mesmas bandas consagradas em busca de views, eles se mantém fiéis ao propósito, trazendo conteúdo muito legal sobre as bandas independentes e até mesmo outros canais, blogs, sites… Todo mundo que soma com a cena!

E vale o recado: se a sua banda estará passando por São Paulo, contate o pessoal do Meninos da Podrera.

Canais de YouTube: Experiência Family Mob

Como bom não adepto da TV, meu acesso a entretenimento nos últimos anos tem sido produções independentes do YouTube. Nessas andanças virtuais entre uma sugestão de canal e outra, me deparei com um projeto muito bonito, o Experiência Family Mob.

O canal trata-se de um braço do projeto criado pelo estúdio Family Mob, que dá diárias para as bandas utilizarem como quiserem no local. Isso mesmo, de graça! (Inclusive, você pode cadastrar sua banda pelo link http://www.familymob.com.br/expfm ).

Você pode pensar: e daí? é só mais um canal de live sesssions de algum estúdio. Não! Não é apenas mais um canal. Esse é O CANAL. O foco é mais lúdico, com uma câmera que faz uma sessão corrida, sem cortes, com cores acomchegantes, eles trazem a banda como ela é de verdade, em uma sessão ao vivo e nos coloca dentro desse que é um dos melhores estúdios do Brasil.

Sabe aquela sensação de gravação orgânica? Em era de protools, e artistas de mentira, a vivência analógica é algo raro e muito valiosa.

Hoje eles lançaram três vídeos com a banda de post hardcore E a Terra Nunca me Pareceu Tão Distante. Separe alguns minutos, compartilhe em sua TV e aproveite.