NervoChaos lança clipe em animação de “Torn Apart”

É tempo de um novo single do Nervochaos: “Torn Apart”. A música é extraída de “Chthonic Wrath”, o próximo álbum de estúdio da instituição do death metal brasileiro. “A música retrata um jogo de sedução entre um homem e uma mulher”, revela o baterista e fundador Edu Lane. “A mulher seduz o homem para lhe possuir e junto com as criaturas da noite o devora. Totalmente dominado, e à beira da morte, ele delira em voos espirais e sucumbe. Essa música é rápida e agressiva, numa mescla de death e thrash metal, com pitadas de black metal”, explicou.

Assista “Torn Apart”:

Julho de 2021. A pandemia ainda castigava todo o globo terrestre e particularmente o Brasil, onde, nesse mês, as mortes excediam os 30 milhões. Os titãs do death metal local NervoChaos estavam em casa há muito tempo. Habituada a estar em turnê durante a maior parte do ano e não tendo essa possibilidade devido às restrições impostas pela Covid-19, a banda tinha um novo álbum inteiramente composto e pronto para gravar mesmo antes do disco anterior, All Colors of Darkness”, chegar às prateleiras das lojas. Não sendo uma banda que fica à espera do timing ideal da indústria musical ou que fique parada muito tempo, os músicos entraram no Abracadaver Studio com os produtores Assasi Adassi e Adriado Daga (Angra, Almah, Torture Squad, etc) e gravaram aquele que seria o seu álbum seguinte de inéditas. Nascia Chthonic Wrath.

Apenas dois meses depois, o produtor norte-americano Brendan Duffey, que trabalhou anteriormente com nomes como Nervosa, Angra e André Matos – para mencionar apenas alguns –, recebeu as 14 faixas para mixar e masterizar, e ficou genuinamente impressionado. O que o NervoChaos tinha feito em Chthonic Wrath era death metal na essência mais pura, com toda a brutalidade e glória técnica inerente, mas com vislumbres de uma energia e peso totalmente renovados. Como podia um grupo celebrar o seu 26º aniversário de carreira estar tão motivado, apaixonado pelo death metal e “esfomeado” por riffs que soavam tão vis, por padrões rítmicos tão intrincados e ataques vocais tão violentos que faziam o ouvinte estremecer? A coroar tudo, as sutis nuances melódicas e o soberbo interlúdio acústico (que, bem a propósito, se intitula Tomb Mold), gravado pelo investigador de música tradicional brasileira, o convidado Ricardo Vignini. O NervoChaos é uma banda experiente, com milhares de horas acumuladas em estrada e palcos, alguns podem até chamá-los de “velhos”, mas não estão nem perto da decadência no seu papel central do death metal brasileiro – e da América do Sul em geral. O grupo continua a disparar com todos os tambores quando o que está em causa é música extrema, furiosa e sem merdas.

O coletivo de São Paulo ganhou status de cult devido a uma invulgar capacidade de trabalho demonstrada ao longo dos últimos 26 anos, criando uma extravagante mistura sónica que lhes é propícia. Contam neste momento com uma dezena de álbuns de inéditas lançados, sendo o mais recente o mencionado All Colors of Darkness – o primeiro lançado através da Emanzipation Productions – de 2022. O NervoChaos está em constantes turnês pelo mundo para promover os seus lançamentos, tocando cerca de uma centena de shows por ano, entre pequenos clubes, festivais e tudo o que está entre uma coisa e outra.

O álbum Chthonic Wrath vai ser lançado em CD e edição digital pela Emanzpation Productions no dia 31 de março de 2023 – no Brasil será lançado pelos selos Voice Music e Tumba Records.

Contra Cultura no Interior! Documentário relata 17 anos de festival no interior de São Paulo

Fora dos grandes centros existem coletivos tão ativos quanto as grandes produtoras e são eles os grandes responsáveis para que as cenas do hardcore, metal e punk tenham sustentação no Brasil de dimensões continentais. Ilustrando essa realidade, no interior de São Paulo, mais precisamente no Vale do Paraíba, o Soco na Fuça trata-se de um festival que acontece há 17 anos, totalmente de forma independente, na cidade de São José dos Campos.

Pela primeira vez, o coletivo obteve apoio do Fundo Municipal de Cultura para poder registrar essas quase duas décadas de atividade em formato de documentário. O filme, que foi lançado em 30 de dezembro de 2022, conta depoimentos de integrantes de bandas já renomadas no circuito, como Tulio Dourado (DFC), Leonardo Hanna (Surra), Caio Augusttus (Desalmado e Canal Scena), Bruno Teixeira (Desalmado), André Nadler (Basttardz) entre outros nomes da cena local.

Com o foco de unir diversão e fomento ao senso crítico, o coletivo já realizou mais de 80 edições do festival, dando suporte para a cena de metal, hardcore e punk local e de todo o Brasil. Muitas pessoas atuam direta e indiretamente para que a cena joseense esteja ativa e forte.

Assista ao documentário completo aqui: https://youtu.be/qGX-pbFVvUk

Sobre o Soco na Fuça

Além de promover os shows musicais, o coletivo sempre abriu espaço para artistas da região com exposições de ilustrações, fotografia, e mesmo a feira independente que fomenta o trabalho autônomo. Com o foco de unir diversão e fomento ao senso crítico, o coletivo já realizou mais de 80 edições do festival, dando suporte para a cena de metal, hardcore e punk local e de todo o Brasil. Muitas pessoas atuam direta e indiretamente para que a cena joseense esteja ativa e forte.

Ficha técnica

Produção e Realização: Marcelo Kruszynski ( @marcelovitorkruszynski ) e Natália de Lima ( @thewitchsheart_ )
Roteiro e Aconselhamento Artístico: Caio Augusttus ( @caioaugusttus )
Imagens: Natália de Lima
Edição: João Lucas de Sousa
Ilustração: Raone Ferreira ( @tetto666pretto )

Projeto viabilizado com financiamento do Fundo Municipal de Cultura de São José dos Campos, via Fundação Cultural Cassiano Ricardo (@fccrsjc) e Prefeitura de São José dos Campos (@prefeiturasjcamposoficial).

SIEGRID INGRID anuncia novo álbum “Back From Hell” e relançamentos recheados de material extra!

A lenda do metal nacional SIEGRID INGRID anuncia para esse ano o lançamento de seu novo álbum intitulado “Back From Hell” e os relançamentos de seus primeiros trabalhos “Pissed Off” e “The Corpse Falls”, ambos recheados com muito material extra!

“Back From Hell” será o primeiro registro oficial da banda em 23 anos e o primeiro a contar com o novo baterista Herbert Loureiro (ex-Adellaide, ex-Revenge, ex-Seventh Seal) no lugar de Evandro Júnior, quem gravou “The Corpse Falls” e esteve envolvido no primeiro lançamento pós-retorno às atividades do Siegrid Ingrid, o single “Damned Conviction”, em 2020.

“Fizemos alguns testes com outros bateristas após a saída do Evandro Júnior, mas foi com o Herbert que tudo se encaixou perfeitamente para que mantivéssemos nosso estilo agressivo sem perdermos nossa identidade. A escolha também se deu porque seu estilo completava as nossas ideias em questão de material novo, incorporando muita técnica e influências de outros estilos, deixando nossas músicas ainda mais completas”, comentou L. Morales ‘Borô’ (guitarrista).

A atual formação do Siegrid Ingrid conta com Mauro ‘Punk’ (vocal), L. Morales ‘Borô’ (guitarra), André Gubber (guitarra), Luiz Berenguer (baixo) e Herbert Loureiro (bateria).

Sobre os relançamentos de seus primeiros álbuns, “Pissed Off” será relançado em formato CD+DVD pela Tumba Records, gravadora/produtora de Edu Lane (ex-Siegrid Ingrid e atual Nervochaos), contendo como material extra 18 faixas gravadas ao vivo na antiga rádio paulistana Brasil 2000 FM e mais um DVD ao vivo com dois shows completos da época na saudosa casa de shows Aeroanta (SP). Já “The Corpse Falls” saíra via Cogumelo Records contendo como bônus 3 faixas ao vivo gravadas no programa Fúria Metal da extinta MTV, e mais o single de retorno às atividades “Damned Conviction”.

“Back From Hell”, nas palavras dos músicos, trará mais peso e agressividade, abusando das letras caóticas e cáusticas como de costume, deixando mais evidente as características marcantes que sempre acompanharam a banda, o Thrash Metal com pitadas de Hardcore e Death Metal. Como o próprio nome do álbum diz, a banda realmente está de volta do inferno e com muito sangue nos olhos!

“Estas são nossas principais características. A essência do nosso som permanece intacta, mas agora está energizada e atualizada. Vai ser um retorno do inferno como uma fênix do ódio”, concluiu L. Morales ‘Borô’.

Ouça “Damned Conviction” em https://spoti.fi/3ARDBOh
Assista o Lyric Video de “Damned Conviction” em https://youtu.be/PgAtDsbTskY

“Damned Conviction” teve a captação dos vocais no estúdio Dual Noise (SP) e foi produzido por Michel Oliveira (Sputinik Studio), mesmo produtor que será também responsável por “Back From Hell”.

O título “Back From Hell” foi escolhido para expressar todos os problemas que aconteceram e catastroficamente ocorreram após o lançamento de “The Corpse Falls”, em 1999. “Tivemos uma enorme visibilidade na época, o que ninguém na banda esperava e junto aos problemas de Mauro ‘Punk’ com sua dependência química ficou tudo impossível de sustentar. Praticamente todos os membros oficiais perderam contato e interesse em continuar, culminando em numerosas mudanças de formação sem sucesso. Após a reabilitação de Punk, que está limpo a mais de 10 anos, e algumas reuniões, retomamos a carreira energizados em 2019 e agora com tudo nos eixos com a entrada de Herbert”, completou ‘Borô‘.

“Para o “Back From Hell” tive muita liberdade para criar e colocar minha personalidade nas músicas. Estou muito ansioso de vê-lo lançado, pois é um material que realmente me empolgou demais e tenho certeza que todos os fãs, antigos e novos, de porradaria vão adorar”, comentou Herbert Loureiro.

“Estamos vindo com os dois pés no peito, com um Siegrid Ingrid de verdade! Eu não morri, estou aqui limpo, firme e forte pronto para quebrar tudo novamente! “Back From Hell” será um petardo, um arrastão de porrada!”, finalizou o empolgado Mauro ‘Punk’.

O Siegrid Ingrid pretende voltar com tudo em 2023 divulgando “Back From Hell” em todos os palcos do país e a primeira confirmação é a presença no festival carioca Be Magic Fest 2023, provavelmente em julho, junto às bandas Genocídio, Stress, Taurus, Hicsos, dentre outras. Ninguém e nada mais segurará a máquina do caos!

Discografia:

“The Choice”
 (EP/1992)
“Pissed Off” (Álbum/1995)
“Rock In Roll Delo Tercero Mundo” (Compilação/1998)
“Path To Nothingness” (Demo/1998)
“The Corpse Falls” (Álbum/1999)
“Cogumelo Records Compilation” (Compilação/2000)
“Damned Conviction” (Single/2019)
“Brazil Painted Blood – A Brazilian Tribute To Slayer” (Compilação/2021)
“Back From Hell” (Álbum/2022)

Ouça SIEGRID INGRID em:

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Fotos por Luiz Berenguer

Todos Os Mitos Cairão | O Thrash Stoner Visionário do Hellway Patrol

Em meados desse ano pude conhecer uma banda nova no recanto do underground recifense, o grande Darkside! Nova para mim, mas na estrada desde 2017, o Hellway Patrol foi uma grande surpresa na noite em que se apresentaram grandes nomes do underground nacional. No evento em questão, o então baterista da banda, Douglas, teve que deixar a tour por problemas de saúde, sendo substituído a altura por um dos nossos grandes bateras, Raone Ferreira, que tocou na lendária Eu O Declaro Meu Inimigo e atualmente toca nas bandas Desalma, Revolta Civil e Surt. Tardiamente, mas após ouvir bastante, trago para vocês a resenha de ‘All Myth Shall Fall’, o full álbum da banda natural de Londrina/PR.

Douglas, Thiago e Pigatto

A banda que atualmente tem formações com membros esporádicos, de acordo com a tour, além do vocalista e baixista Ricardo Pigatto, conta com influências que percorrem o heavy, o thrash e o stoner metal, e tem como principais influências bandas como Black Sabbath, Slayer, AC/DC, Motorhead, Thin Lizzy e Huntress. Suas temáticas em geral tratam de um mundo pós-apocalíptico, não tão distante da nossa realidade, em um chamamento para a reflexão sobre a regressão viciosa do homem.

Com algumas turnês internacionais em sua trajetória, como nos EUA e Europa, a banda conta com dois EPs lançados, três singles e, atualmente, está divulgando o ‘All Myth Shall Fall’, que foi gravado por Pigatto, Netto Pavão e Thiago Franzim.

“O disco foi feito com muito carinho e dedicação, a gente quis fazer algo que a gente curtisse muito, então é sempre bom que as pessoas compartilhem isso também. É um álbum diferente, com bastante influência misturada, mas falando em metal, ele vai pra caminhos um pouco não usuais. ” – comenta Thiago Franzim, guitarrista da Hellway Patrol, que atualmente se encontra na Alemanha.

O lançamento já contou com uma tour terrestre feita em uma ambulância reformada pelo Brasil ao lado da banda de hardcore Manger Cadavre?. As bandas rodaram mais de 12.000 km, com shows em 22 cidades, em 15 estados mais o Distrito Federal, que renderam shows insanos e muitas histórias para contar.

Ricardo Pigatto, Thiago e Raone Ferreira

E OS MITOS JÁ COMEÇARAM A CAIR

Iniciando o álbum temos logo de cara um dos melhores sons do trabalho, Demon of Dreams, som que tem uma pegada mais stoner, mas algumas passagens que caminham entre o heavy e o thrash. Destaque para os vocais em camadas e para os solos de Thiago.

Na sequência temos outro grande destaque, ‘Gods’, faixa que começa com uma tensão, na união de Pigatto e da vocalista Suyane Correia. Com um refrão marcante e riffs que você cantarola facilmente, é uma faixa para ser apreciada várias vezes, para se notar cada nota, cada inserção e cada construção da bateria. Como disse Ricardo no show: esse som fala sobre transar! E a satisfação é tântrica.

‘The Light’ chega com uma construção mais quebrada que alterna riffs do thrash, com elementos de outros gêneros. Temos rapidez e peso, além de um refrão inspirador. ‘Like Father Like Son’, por sua vez, é uma balada emotiva, ao estilo estadunidense voz e violão por boa parte, e crescente instrumental na sequência. Um som bonito e reflexivo.

‘Ride and Ride Again’ foi a faixa que fez o Darkside pegar fogo no mosh aqui em Recife. A música, que ganhou um clipe ao melhor estilo anos 70, é mais rápida, empolgante e mais uma vez usa e abusa da mescla de elementos do thrash e stoner. Para mim, é a melhor música do trabalho e, acredito, que para próximos trabalhos, o Hellway Patrol deveria apostar nesse caminho, que domina muito bem. Cavalgadas empolgantes, solos bonitos, baixo sujo e bateria que pesa uma tonelada.

E temos mais participações de grandes vocalistas do nosso underground: ‘Beauty and Demise’ é uma faixa pesada que contou com os vocais fuderosos de nada menos que Mayara Puertas e Hanna Paulino. Aqui temos peso e velocidade na medida certa.

Outro som que coloca a galera pra correr em círculos até fazer vento, é o ‘Runing Wild’, com direito a uivos e tudo mais. Esse é o som mais thrash da banda, com a rapidez que sujeira que o estilo pede. Destaque mais uma vez às guitarras que são extremamente bem trabalhadas.

Fechando o trabalho temos ‘Infanticide 1869’, som com andamentos quebrados e surpreendentes, com características setentistas, seguido do som com teor mais crítico da banda, ‘Theocratic Dictatorship’, e palhetadas extremamente empolgantes.

Thiago, Pigatto e Netto

‘All Myth Shall Fall’ peca apenas por não contar com um trabalho de pós produção que mostre o peso que a banda tem ao vivo (se você tiver a oportunidade, vá aos shows, a energia é de outro mundo), mas é um excelente trabalho, com músicos que sabem muito bem o que querem e não se preocupam em fazer aquilo que está no hype e, sim, em curtir aquilo que estão tocando. Se puder, adquira o material em formato CD acrílico, pois ele está muito bem feito e merece estar na prateleira da sua coleção e tocando no seu som.

Por um underground com mais bandas autênticas como o Hellway Patrol e menos cópias de receitas prontas que deram certo no passado.

Nota: 9,2

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Quando O Sludge É Questionador: Desperato | Entrevista Com CRAS

Geralmente bandas de vertentes do Sludge possuem letras e temáticas mais introspectivas. Mas quando o hardcore é a veia propulsora dentro do estilo, o sludgecore é questionador e te coloca pra refletir. Confira o papo que tivemos com a banda paulista CRAS.

O EP ‘Desperato’ foi lançado faixa-a-faixa durante a pandemia, se adequando ao novo modelo de consumo de música. Vocês acreditam que hoje as pessoas não ouvem mais um trabalho completo? Pensam em lançar o material em formato físico?

(Hercules) Na verdade foi uma estrategia para ganharmos mais experiência com os lançamentos, pois tinhamos um total de zero experiência. E o mais legal deste aprendizado, foi que percebemos que ele nos ajudou na visibilidade da banda, sempre tínhamos algo novo para oferecer ao público. Sobre o consumo de álbuns completos o que percebemos é que o tempo que uma pessoa consome um disco completo é o mesmo que ela consome um single, nas plataformas de streaming. Porém acreditamos muito que este comportamento mude de plataforma para plataforma e que o material físico tenha um comportamento diferente de consumo.

Pelo menos é o que nós esperamos.

A novidade do ‘Desperato’ foi o som ‘The Price of Consent’ que tem uma pegada mais hardcore ao sludge da banda e lembra até algumas bandas clássicas do crust em dados momentos. Como se deu o processo de composição do trabalho como um todo? Fale um pouco sobre influências, instrumental, letras, gravação…

(Lucas) Realmente essa música, mais do que as outras do EP, teve muito mais influência de Crust e Neo Crust em sua composição, queriamos algo mais raivoso no instrumental dessa música, para contrastar com as partes lentas do EP, então muito da influência de Wolfbrigade, Amebix, Skitsystem, Rastilho, Discharge, Manger Cadavre está nessa música. Combinou muito com a letra, pois há mais raiva nessa do que nas outras faixas. Na letra, há um pararelo entre a situação horrivel que passamos com esse desgoverno nos ultimos 4 anos, e a criação de uma seita envolta desse tal “mito”, e o conto do Rei de Amarelo de Robert Chambers, nessa história, todos que tem contato com essa entidade (rei de amarelo) acaba ficando louco e coisas ruins acontecem, o que foi muito do que aconteceu no Brasil, Bolsonaro despertou o pior nas pessoas, e isso cobra um preço.

‘Beta’ é um som já lançado como single que contou com a participação da grande vocalista Mayara Puertas. Como se deu essa parceria? Vocês pensam em gravar novos sons com participações especiais?

(Marili) Eu e o Lucas fizemos aula de vocal com a May, então ela acompanhou boa parte do que o Cras foi construindo. Em umas das aulas, levei a letra de Beta, e instintivamente ela nos ajudou a estruturar alguns partes da música. E, o convite para a participação dela foi natural e ela aceitou na hora.
Para nosso primeiro full temos alguns nomes em mente, e queremos sim contar com participações especiais.

‘Desperato’ é um EP enérgico, mas que conta com certa melancolia em suas linhas de guitarra. Qual é o sentimento específico que vocês buscaram transmitir com cada instrumento e vocais?

(Lucas) a Melancolia é base na temática do Cras desde sempre, as músicas foram compostas em momentos bastante dificeis e nos ajudaram a expurgar muitas coisas. Acredito que o Cras é um local pra gente admitir e falar sobre coisas que não falariamos em uma conversa normal, então isso se traduz muito para a criação do instrumental, visto que geralmente a musica vem antes das letras, as linhas instrumentais é onde essas frustrações aparecem de forma mais pura, e aparecem não só nas notas mas na instensidade e força que tocamos os instrumentos, há muita tristeza, e particularmente algo de “eu versus eu mesmo” em todas as composições. Na questão técnica, nos tentamos ter bantante cuidado em mesclar essas duas maiores influencias que são antagonicas em velocidade, o Sludge/post-metal e o HC/Crust, então há uma preocupação real para conseguimos criar algo original. Com as vozes, o desafio é achar o contraste certo para as duas vozes, funciona muito bem, pois eu e Marili não necessariamente temos a mesma interpretação e leitura das letras, então isso reflete na forma que a gente canta.

A capa do trabalho nos transmite certo desespero, pois, respondendo a provocação de vocês: Não! Não sabemos diferenciar um ab0rto de um parto. Fato que nos faz refletir sobre como o corpo da mulher e as violências sofridas na normalidade nos são incômodas. Como vocês definiram essa capa? Falem um pouco sobre o processo artístico.

(Hércules) Como o Lucas comentou anteriormente a “Cras é um local pra gente admitir e falar sobre coisas que não falariamos em uma conversa normal”, com isso nos abrimos para expormos dores que são muito intimas e particulares. Muitos vezes, este exercício se expande e acaba envolvendo nossos familiares mais próximos e em um destes momentos minha esposa me disse que se o EP tivesse um gênero ele seria feminino, pela forma que ele abordas as dores, mas sempre tenta reagir trazendo o contra ponto da força traduzida nos momentos mais pesados e intensos das músicas. Depois desta fala eu e ela, que já havia feito a ilustração do single Beta e participou do clipe. Começamos a explorar o que seria o momento mais complexo que uma mulher pode passar em vida e nos deparamos com um parto. Um momento tão significativo e violento para o corpo que um homem não seria capaz de resistir fisicamente aquelas dores e ao mesmo tempo é um dos momento onde é mais comum a violência obstétrica. Não precisa ir longe para descobrir casos de mulheres que sofrem e guardam traumas caladas deste momento único, e que ao contrario do que vendem não tem nada de mágico. Quando chegamos a esta conclusão, ela sugeriu usar uma foto do parto do nosso último filho, para ilustrar que a sociedade nos corrompe e ilude tanto que não somos nem mais capazes de diferencias um nascimento de um aborto, E que este distanciamento só serve para garantir que cada vez mais mulheres sofram caladas ao trazer uma vida ao mundo, ou ao perder a vida que elas vinham gerando dentro delas.

Vocês, incrivelmente, conseguiram fazer inúmeras apresentações durante 2020, o que é um grande feito para uma banda nova e que já começa com uma qualidade ímpar de sonoridades. Falem um pouco sobre a importância da estrada para a maturidade das bandas e como vocês fazem para conseguir tantos shows.

(Cris) A estrada é fundamental para elevar a banda para o próximo nível, vendo bandas mais experientes de perto, os equipamentos que utilizam, os comentários da galera, na minha opinião esses são alguns fatores que ajudam bastante nesse processo de amadurecimento.

Sobre os shows, nós tentamos aproveitar todas as oportunidades possíveis para tocar, conhecer e reconhecer as bandas e pessoas que nos identificamos. Como estamos sempre presentes nos shows dos amigos, muitos convites acabam acontecendo de forma espontânea, tanto para shows quanto para participações como no caso da Mari e do Lucas que já cantaram com o Manger Cadavre, RNS e Inraza.

O que podemos esperar do CRAS daqui pra frente?

(Cris) Iniciamos os trabalhos de composição do nosso primeiro full album, temos planos de gravar e lançar em 2023. E claro, tocar ainda mais para conhecer outras cidades e Estados do Brasil.

Muito obrigado pela atenção! Esperamos vocês em Recife assim que possível. Esse espaço é de vocês, deixem um recado final.

Parabéns pelo seu trabalho no “O Colecionador”, é muito completo e o conteúdo é de altíssima qualidade.
Para finalizar, gostaríamos de agradecer pela oportunidade única e comentar que, tocar em Recife é um sonho nosso e o Abril Pro Rock é um dos maiores festivais do país, ficaríamos muito honrados de visitar Pernambuco. Abraço a todos, cuidem-se e apoiem as bandas nacionais.

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Distraught lança Locked Forever ao vivo em Porto Alegre

A banda Distraught acaba de lançar vídeo para versão ao vivo da música Locked Forever que faz parte do álbum de mesmo nome lançado em 2015. 

 A gravação de Locked Forever ao vivo aconteceu durante a 10° edição do festival RS Metal, em 28 de outubro, em Porto Alegre, no Bar Opinião. Estiveram no line up as bandas Exterminate e Nervosa.

Assista aqui:
https://youtu.be/v8UlGar8Wdg

Ficha Técnica de Locked Forever ao vivo:
Gravação, Áudio e Mixagem: Renato Osorio Câmeras: Cristiano Seifert, Juliano Mendes, Marcos Neuberger
Edição: Ricardo Silveira (@R8_films)

Locked Forever é o sexto disco da história da Distraught e foi baseado no livro Holocausto Brasileiro, da jornalista Daniela Arbex. O título conta as histórias de maus tratos no Hospital Colônia, em Barbacena, Minas Gerais, que já foi o maior hospício do Brasil. O livro-reportagem denuncia a morte de 60 mil internos e o sofrimento dos sobreviventes daquela instituição.

Sobre a Distraught
Distraught é um dos nomes mais longevos do thrash metal nacional. Com 32 anos de estrada, Distraught surgiu em fevereiro de 1990, no Rio Grande do Sul. Após duas demo-tapes e um split, lançou, em 1998, o primeiro álbum independente intitulado ‘Nervous System’. Em 2000, lançou o segundo, ‘Infinite Abyssal’, pela Encore Records para dar sequência, em 2002, com o lançamento do registro ao vivo ‘Live Black Jack-SP’, disco gravado em apresentação na capital paulista.

O ano de 2004 marcou o lançamento de ‘Behind the Veil’. Produzido pelo renomado produtor Fabiano Penna, o álbum rendeu a primeira turnê nacional da Distraught, a ‘Behind the Veil Tour’, pelas principais cidades do Norte, Nordeste, Sul e Sudeste.

‘Unnatural Display Of Art’ é o título do quarto álbum da carreira da Distraught. Lançado em 2009, o disco contou com a participação especial do guitarrista Diego Kasper (HIBRIA) e dos vocalistas Clark (Unmaker) e Flávio Soares (Leviaethan). A distribuição no Brasil ficou por conta da Voice Music e no Japão pela Spiritual Beast. Naquele ano, a banda partiu para sua primeira turnê na Argentina. 

Em 2010, Distraught foi convidada para abrir o show do Megadeth,no Pepsi on Stage, em Porto Alegre, e na sequência seguiu novamente para outra turnê na Argentina.

Em 2012, a banda lançou o álbum ‘The Human Negligence is Repugnant’, que firmou ainda mais o nome do Distraught no Brasil. O álbum, assim como seus antecessores, recebeu excelentes críticas da mídia especializada, muitas delas colocando a banda como uma das mais importantes do cenário nacional. 

Para as divulgações do álbum, a banda iniciou a ‘Psycho Terror Tour’ com shows na Argentina e Brasil e também gravou um videoclipe para a faixa ‘Justice Done by Betrayers’.

O sexto álbum da carreira chega em 2015 e é considerado o mais pesado da banda até ali: ‘Locked Forever’. Não apenas as músicas são densas, mas também a temática que rege o disco: manicômios e sistema prisional brasileiro sob inspiração no livro ‘Holocausto Brasileiro’, da jornalista Daniela Arbex, que conta a história do manicômio Colônia de Barbacena, Minas Gerais, o maior hospício do Brasil.

‘Locked Forever’ foi gravado no estúdio Monostereo com produção de Renato Osorio (HIBRIA), mixagem por Benhur Lima (HIBRIA) e masterização por Adair Daufembach, um dos mais renomados nomes da área que concentra no currículo trabalhos com Kiko Loureiro, Project46, Hangar, Aquiles Priester, Tony MacAlpine e outros.

A capa de Locked Forever ficou por conta do artista Marcelo Vasco (Slayer Machine Head, Soulfly, Kreator). Distraught também lançou clipes para as faixas ‘Locked Forever’ e  ‘Shortcut to Escape’.

Em 2018, Distraught lançou versões e clipes para as músicas ‘Helter Skelter’, dos Beatles, e ‘Living in the Past’, do Motörhead. Mais recentemente, durante o período de afastamento dos palcos por conta da pandemia de Covid 19, lançou em colaboração com outros músicos uma versão disponível no YouTube de ‘Symptom of the Universe’, do Black Sabbath. Crucified Life, de 2022, é o single mais recente disponível em clipe e nos principais apps de streaming.

Distraught é:
André Meyer – vocal
Ricardo Silveira – Guitarra
Everton Acosta – Guitarra
Alan Holz – Baixo
Thiago Caurio – Bateria

Siga Distraught:
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www.facebook.com/distraughtband
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www.deezer.com/es/artist/1303176

Desalmado lança clipe para inédita Become Hatred

foto por Dani Moreira

A banda Desalmado acaba de lançar clipe para ‘Become Hatred’, música inédita que está disponível no canal da banda no YouTube e que será lançada na próxima semana nas plataformas de streaming.

Assista Become Hatred:

Em ‘Become Hatred’, a banda retrata uma personagem lidando com diferentes estados de consciência, como explica o vocalista Caio Augusttus:

“A ideia do clipe era conseguir dar dimensão a raiva em diversos níveis. Precisávamos de um personagem que conseguisse traduzir isso e passasse a ideia de variados aspectos do sofrimento, por isso o trabalho foi feito em sequências que se entrelaçam e desencadeiam em desejo de vingança”, diz Caio. “O trabalho realizado pelo Walter, da Headlabel, só tornou esse processo ainda melhor. Ele captou perfeitamente a essência da banda e conduziu as filmagens da atriz de forma incrível e com muita atenção aos detalhes. Talvez esse seja o clipe mais bonito de nossa filmografia”, completa.

A personagem foi interpretada pela atriz Gisele Rosa, que fez sua primeira atuação em um vídeo clipe em ‘Become Hatred’.

“Foi incrível, adorei a experiência desde o início. Tudo foi bem preparado desde a ideia do clipe, a forma que tudo foi conduzido, fui muito bem recebida, muito bem tratada, e a banda foi super aberta para coisas que também propus de última hora”, conta Gisele.

‘Become Hatred’ solidifica a parceria do Desalmado com o diretor Walter de Andrade, que também dirigiu e produziu os clipes de ‘Hollow’ e ‘Across the Land’, ambas do disco ‘Mass Mental Devolution’, lançado em outubro de 2021.

“É sempre um desafio gratificante fazer um videoclipe para o Desalmado.  As músicas são muito intensas e os clipes precisam acompanhar essa intensidade ao mesmo tempo que precisam passar visualmente a mensagem das letras. O apoio da banda nas gravações deste videoclipe foi fundamental e a atuação da Gisele Rosa foi de muita verdadeira e entregue”, diz Walter.

A nova música foi produzida, gravada, mixada e masterizada por Hugo Silva no estúdio Family Mob. Hugo é o responsável pela produção dos últimos trabalhos de estúdio da banda desde o split ‘In Grind We Trust’.

“Become Hatred surge de um processo individual ocorrido neste ano em específico. É uma letra que fala de raiva, resignação e de se levantar para colocar as coisas em movimento. É mostrar como a raiva é importante para alcançar objetivos maiores e o quanto pode ser um processo libertador para nossas angústias e tudo aquilo que nos aprisiona na sociedade em que vivemos”, explica Caio sobre a composição da letra.

Atualmente, o Desalmado está em turnê pelo nordeste divulgando o single ‘Become Hatred’ e o álbum Mass Mental Devolution. Mais informações de agenda em instagram.com/desalmado.band.

Sobre Desalmado

Desalmado é uma das principais e mais atuantes bandas do cenário da música extrema no Brasil. O grupo surgiu em 2004 na cidade de São Paulo, tendo se apresentado em centenas de shows e diversos festivais em todas as regiões do Brasil e na Europa.  

A banda traz na temática de suas letras questionamentos políticos, sociais e reflexões sobre a natureza humana. Os últimos lançamentos da banda expõem as entranhas de um mundo perverso e alienado subserviente a um sistema manipulado pelas classes dominantes. 

Discografia Desalmado

Hereditas – 2008

Desalmado – 2012

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Save Us From Ourselves – 2018 

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FICHA TÉCNICA – BECOME HATRED

ÁUDIO

Produzido por Hugo Silva

Co-produzido por Desalmado

Gravado, Mixado e Masterizado por Hugo Silva no Family Mob.

Técnico de gravação: Otavio Rossato

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VÍDEO

Direção: Walter de Andrade e Caio Augusttus

Assistente de direção: Bruno Teixeira

Roteiro: Caio Augusttus e Estevam Romera

Fotografia: Walter de Andrade

Pós Produção: Walter de Andrade

Atriz: Gisele Rosa

Figurino: Adressa Miyasato

Locação: Homeless Bear Home (https://www.homelessbear.com.br/home) e Family Mob (https://www.familymob.com.br)

Produção: Desalmado e Head Label Audiovisual

A nova cara do glam nacional: conheça a banda Fla Mingo, que se apresenta em SP em novembro, no Sesc Belenzinho

A banda Fla Mingo (Crédito: Felipe Ferracioli)

Fla Mingo é o projeto solo do músico, cantor e compositor Flaviano André. Originário da Paraíba, suas influências vão de David Bowie e Iggy Pop ao repertório psicodélico e – por que não dizer – romântico de grandes artistas brasileiros. Agora a banda promove seu disco de estreia ‘Esquina’ com show especial em São Paulo, no Sesc Belenzinho, no dia 25 de novembro.

Ingressos à venda nas bilheterias física e digital do Sesc. Mais em:
https://www.sescsp.org.br/programacao/fla-mingo

Quando Flaviano André sobe no palco e se torna Fla Mingo, temos a oportunidade de ver sentido e sensibilidade em um encontro perfeito: uma performance explosiva, com os dois pés fincados no glam rock de figurino e maquiagem elaborados, mas sem abandonar a visceralidade do punk, acrescido de linhas melódicas dançantes da disco e refrões que você se pega cantando junto na segunda repetição.

As letras de Fla Mingo, embaladas por sua voz alta e clara, não retratam apenas um universo de plumas e paetês; é a descrição de um mundo doloroso, com esperanças perdidas, corações partidos, não pertencimento e inadequação.

Em 2022, o artista lançou pela Baratos Afins ‘Esquina’, seu primeiro álbum de canções autorais, trazendo novos trabalhos e releituras de composições de sua antiga banda, a Star61, com quem colecionou ao longo dos anos demos, EPs, videoclipes e participações em importantes eventos e programas de música independente como Festival Mada (RN), Festival Do Sol (RN), Abril Pro Rock (PE), Claro Que É Rock (SP), Virada Cultural (SP), Showlivre (SP), entre outros.

Na atual encarnação, Fla Mingo conta com o apoio dos músicos Pedro Lauletta (bateria e backing vocais), Pedro Zanchetta (guitarra solo), Alexandre Lopes (guitarra e backing vocais) e Rafael Plaza (baixo e backing vocais).

Sobre ‘Esquina’

‘Esquina’ é o primeiro álbum do músico, compositor e cantor Flaviano André sob o nome de Fla Mingo. Paraibano radicado na capital paulista desde 2009, Flaviano assume a carreira solo com seu repertório calcado na fase glam rock de David Bowie e letras que dão voz a confissões pessoais e personagens suburbanos como travestis, prostitutas e outras figuras ignotas de João Pessoa (PB) e São Paulo (SP).


Composto por sete faixas, o álbum começa com “Descontrole”, relatando a desilusão do ideal romântico e a superação de amores desencontrados, após a travessia de campos minados e rejeições. Gravada originalmente em 2008 com a banda Star61 no EP Você não Sabe o que Perdeu, desta vez a música ganha uma roupagem mais pungente e sonoridade influenciada pelas guitar bands dos anos 90.

“Homem do Espaço” é uma homenagem frenética ao ídolo máximo David Bowie. Além de  citações ao clássico “Space Oddity” em meio a uma parede de efeitos de guitarra, seus versos mostram o papel do artista na revolução pessoal de Flaviano André, “mudando seu quarto, estilo e sendo uma verdadeira escola de arte” para o autor e todos aqueles que se sentem excluídos e diferentes.


Em “Fácil Demais”, Fla Mingo utiliza agudos para implorar o interesse de alguém em uma letra divertida que abusa de duplos sentidos. A melodia, inspirada no brega romântico, surgiu enquanto Flaviano lavava louça na casa dos pais. Seu refrão chiclete casa muito bem com os backing vocals a la Motown feitos pelo baterista Pedro Lauletta e o amigo e músico convidado João Sabino.

“A Super Tra” traz uma proposta dançante, combinando rock com um baixo de disco soul que não deve em nada aos melhores arranjos do Blondie e Chic. A letra foi inspirada por uma trans vestida como Julia Roberts no filme Uma Linda Mulher, avistada por Flaviano em um carrinho de churrasquinho em uma avenida em João Pessoa. Por trás do deboche lírico, “A Supertra” questiona a binaridade de gênero de forma divertida mas com cunho social, ao retratar a travesti como uma super-heroína que passa por agruras diariamente e ganha a vida nas ruas à noite.

Um “oxe” em tom alto introduz “Los Amigos”, mostrando que Fla sabe bem de onde veio e está pronto para mostrar que o mundo inteiro lhe pertence. Ao versar sobre experiências em boates underground do centro histórico de sua cidade-natal, sem dinheiro algum no bolso e esperar o amanhecer para seguir até a lagoa no parque da cidade, a faixa mais porrada do álbum também traz a influência de Pixies, em uma composição com poucos acordes, misturando punk rock com flamenco e um momento noise.

“Pensar É Perigoso” é a composição mais recente do disco, com instrumental e melodia criados em um ensaio por toda a banda e que ganhou letra com cunho político e social. Abordando temas como diferenças e hipervigilância, Fla Mingo critica valores conservadores e verdades absolutas, fazendo da faixa um discurso escarrado para gritar às pessoas que estavam cegas com o governo no Brasil, incluindo referências aos livros “1984” de George Orwell (Guerra é paz / liberdade é escravidão / ignorância é força”) e “O Menino do Dedo Verde” de Maurice Druon.

Como uma despedida enérgica, “Tanto Faz” encerra o registro com um tom garageiro que remete tanto às influências inglesas dos anos 60 quanto da nossa Jovem Guarda. Na letra, encontramos um personagem que se recusa a fazer parte de um jogo amoroso platônico onde ninguém ganha.

Fla Mingo é para ouvir com atenção, viajando nas camadas da letra e da voz de Flaviano André, mas principalmente para experimentar sensorialmente, vendo e ouvindo num belo show de inferninho. Ou nas esquinas por aí.

Tracklist:

1- Descontrole
2- Homem do Espaço
3- Fácil Demais
4- A Super Tra
5- Los Amigos
6- Pensar É Perigoso
7- Tanto Faz

Ficha Técnica
Fla Mingo – Esquina
Gravado e mixado em 2019 por Caio José no Flap Estúdios em São Paulo (SP).

Flaviano André – vocais, backing vocais
Pedro Lauletta – bateria, backing vocais, percussão
Pedro Zanchetta – guitarra
Alexandre Lopes – guitarra
Saulo Raphael – baixo

Músicos adicionais
João Sabino – backing vocais

Serviço

Fla Mingo no Sesc Belenzinho

Quando: 25/11

Hora: 20h30

Endereço: Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho

Mais em www.sescsp.org.br/programacao/fla-mingo

Artes visuais e alt rock costuram disco de estreia da Foxes on The Run

A banda Foxes On The Run (Crédito Caio Luigi/ Voy-Age Studio)

A banda Foxes On The Run acaba de lançar seu disco de estreia com título homônimo. O álbum ‘Foxes on The Run’ chega às plataformas digitais após o lançamento do EP Wild Things (2017) que introduziu o trio de Mogi das Cruzes, em São Paulo, no cenário do rock alternativo brasileiro.

Ouça o disco ‘Foxes On The Run’

➤ Spotify:

Apple Music: apple.co/3Std4gR

Deezer: bit.ly/3QdeBpo

➤ Assista o clipe do single ‘Friends’

Com os singles ‘Watch Out!’, ‘Chained Dog’ e ‘Friends’ — que também ganhou versão em videoclipe no YouTube com direção de Caio Luigi  — a banda fez a inauguração do novo disco lançando as faixas antecipadamente. As três músicas contaram com a participação de Alain Johannes (Queens of the Stone Age, Eleven) na mixagem.

O álbum ‘Foxes On The Run’ contém onze faixas e traz um rock alternativo com experimentações que remetem à influências do rock progressivo, como Pink Floyd e Led Zeppelin, sem abrir mão dos clássicos do indie como Mini Mansions, Grizzly Bear, St. Vincent e o próprio Queens of the Stone Age. Embora o trio faça sua música no Brasil, e faixas anteriores ao álbum, como ‘Seaside’, que flertam com um fundo bossa nova não neguem as origens, seu som cai como uma luva também ao mercado internacional.

Sobre a produção do disco ‘Foxes On The Run’ que foi gravado no estúdio Voy-Age (Mogi das Cruzes), o vocalista e guitarrista Eduardo Santana explica: “Geralmente as músicas nasceram de momentos em que pegava a guitarra e ficava fazendo barulhos à noite. Às vezes era uma linha que ficava repetindo e ela ia se transformando até tomar um corpo de fato mais musical, fluido e agradável”, conta. “O mix feito por Alain Johannes e Jordi Wagner foi construído aos poucos, sendo enviadas versões das faixas para a banda. Geralmente depois de 2 ou 3 versões, estava tudo praticamente pronto. Os dois foram essenciais para o álbum, adicionaram uma musicalidade na gravação que transformou completamente o que imaginávamos ser possível”.

Como um bom trabalho em grupo, que se materializa por várias mãos, o disco foi nascendo da participação de uma série de músicos colegas da banda convidados para o trabalho. As músicas ‘Watch Out!’ e ‘Out At Dawn’, por exemplo, foram compostas em parceria com o baixista e multi instrumentista Brandon Kidd. “Mandava para ele umas linhas que tinha feito e ele me devolvia com o baixo para que eu adicionasse outras guitarras. E assim foi, como um bolo, cada um colocando uma camada por cima”, conta Santana.


Primorosa, a banda compartilhou em suas redes sociais uma série especial de artes gráficas dedicada a cada uma das faixas do novo álbum trazendo também um trecho do áudio para aquecer o lançamento do disco, conectar e dar as boas vindas aos velhos e novos fãs ao universo da Foxes On The Run que perpassa em muito o caminho das artes visuais como desenho e fotografia e assim, agrada os ouvidos alternativos, mas também os amantes de boas ilustrações.

A capa do álbum é assinada pelo artista espanhol Gato-Iberico que compôs o desenho das raposas que aparecem nela a partir de sentimentos e ideias explicadas pela banda. Ainda assim, o trio prefere deixar aberto a cada pessoa dar seu próprio significado à ilustração.

Sobre a Foxes On The Run


A banda Foxes On The Run foi fundada em 2017, na cidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo, com o lançamento do EP Wild Things. Após breve turnê do trabalho, o trio deu início à gravação do álbum debut da banda, ‘Foxes on the Run’, com participação de uma série de músicos colegas da banda, além da participação de Alain Johannes (Queens of the Stone Age, Eleven) na mixagem dos singles ‘Friends’, ‘Chained Dog’ e ‘Watch Out!’.

Foxes On The Run é Eduardo Santana (vocal  e guitarra), Fábio Blanco ( vocal e baixo) e Luiz Castrizana (bateria).

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Foxes On The Run é:

Eduardo Santana – vocal  e guitarra

Fábio Blanco – vocal e baixo 

Luiz Castrizana – bateria

Retinoises evoca força feminina em clipe de Fly Away

O rock alternativo dos anos 1990 encontra refúgio seguro e continuidade em ‘Fly Away (Free Girl)’, clipe que o quarteto paulista Retinoises acaba de lançar em seu canal no YouTube. A canção faz parte do EP ‘Eyes For Sale’ e o vídeo inaugura a filmografia da banda, funcionando como um bom cartão de visitas para apresentar rosto e som do grupo nascido na cidade de Bom Jesus dos Perdões.

Abordando o tema da liberdade feminina, ‘Fly Away (Free Girl)’ fala da força da mulher frente aos obstáculos. “‘Fly Away’ foi idealizada para transmitir a importância  da energia e vigor delas diante dos desafios do mundo moderno, sem perder a pureza e inocência de uma criança. Essa dicotomia é conduzida através do peso e massa sonora das guitarras distorcidas em contraste com o vocal melodioso e de características shoegaze, especialmente no refrão”, explica o vocalista Rudolph Oliveira.

Assista Fly Away (Free Girl)
https://youtu.be/GghDSVzPeEQ

Retinoises nasce da história particular de Rudolph que é também guitarrista e fundador da banda. O músico tem uma condição chamada retinose pigmentar, doença genética, progressiva e incurável da retina que já lhe causou a perda da maior parte da visão. A retinose acomete milhares de pessoas – atinge uma em cada seis mil pessoas no mundo todo – e pode levar à cegueira total. Fazer música e contar através dela os altos e baixos que a situação provoca passou a ser pauta constante para o Retinoises, como o próprio nome da banda entrega.

Retinoises traz uma mistura interessante do som pesado do heavy metal e do stoner com a atmosfera noventista. As letras não deixam de perpassar por momentos de angústia,  às vezes, obscuros, embaladas sob fontes de inspiração como Smashing Pumpkins, Queens of The Stone Age, My Bloody Valentine, Alice in Chains e Nirvana.
Na discografia, Retinoises possui os seguintes trabalhos: o EP Which Way EP (2018), o álbum Retinoises (2019), o single Gaslighting (2020), o single One More Life (2021), o EP Eyes For Sale (2021), o single Suicide Prevention (2021) e o single Feel Bad (Hit of Winter) de 2022.

Ficha técnica – clipe:

Filmado e editado por Sóstenes Matusalem e Eduardo Anabela
Imagens Adicionais de Vitor Ledier
Edição final por Bruno Teixeira (Agência 1a1)

Ficha técnica – música:

Gravada e produzida por Ricardo Prado e Marcelo Ariente Mackoy no Estúdio Canto da Coruja

Retinoises é:

Rudolph Oliveira (vocal e guitarra)

Bruno Pasquali (bateria)                          

Rafael Ferrari (baixo)        

Raphael Mello (guitarra)

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