Após completarem duas décadas de existência praticamente sem pausas, a banda de hardcore/crust Terror Revolucionário nos presenteia com uma compilação que conta com nada menos que SESSENTA E UMA MÚSICAS. É mole, mermão? É nada! É brutalidade na veia.

A compilação saiu de forma independente em digipack, lançado e distribuído pela própria banda, contando com sons inéditos e versões raras que estavam arquivados em CDs e fitas k7 antigas. As gravações foram feitas por diferentes formações da história da banda. Aos fãs de música extrema e rápida, é um item indispensável na coleção.
Em Brasília, a cidade cemitério, “Campo da Esperança” é o nome do principal cemitério e por isso, .
Por se tratar de muitas músicas, excepcionalmente não farei a resenha faixa a faixa, mas vou destacar os sons que mais curti. Iniciando o álbum, “Políticos de Carteirinha” é um som que mescla tensão com os graves às passagens rápidas e empolgantes. “Antes agora do que tarde demais” é o terceiro som, e conta com os vocais da baixista Adriana e tem uma pegada mais hardcore. É difícil pular algumas faixas, ainda mais quando se é fã de uma banda, mas “Matando em nome de Deus”, que é o quarto som, merece uma atenção especial, assim como “Educando para destruir”. O 14º som é daqueles que você coloca no repeat, com riffs bem legais e baixo marcado, fica na cabeça. “Cidade Cemitério”, começa com um baixo estalado e com guitarras características do crust, assim como o d-beat da batera. Uma sequência de versões muito legais começam a partir da 18ª música, com destaque para “Vale das Sombras Vale da Morte”, original do Besthöven, “Rumores de Guerra” do Karne Krua e “Quem votou” da New York Against Belzebu, que ficou bruta. Nesse momento estamos no som número 30, com “Câncer Social” e estamos cansados de ouvir? Jamais! Percebemos a diferença de qualidade de gravação, no entanto essa é a magia do Campo da Esperança. “Dia do Operário” é rápido, cru e visceral. “Fora FMI” nos lembra os anos 90 de entreguismos do governo FHC e submissão ao fundo monetário internacional. Esse som se repete em diferentes gravações nas faixas 38 e 52, o que é bem interessante de se ouvir. A partir de “Neste inferno” é outra faixa que prende na cabeça. A partir de “Mudem o Sistema” provavelmente temos o registro de um ensaio ou show ao vivo gravado em k7, e vale como registro histórico de como as bandas divulgavam o seu som antigamente, o que é muito legal (jovens, valorizem a tecnologia que vocês tem acesso).
“Campo da Esperança” é uma ode ao underground Faça Você Mesmo e celebra os 20 anos de uma das bandas mais ativas do nosso país. O Terror Revolucionário nos lembra a todo instante o que é ser uma banda independente do terceiro mundo e porque amamos a cena do DF e, por mais que a realidade nos tire, eles nos enchem de esperança.
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