Forceps, quarteto carioca de death metal, lança nesta sexta-feira (26), videoclipe para seu mais recente single ‘Anthropoviral Amalgamation’. Intercalando cenas da banda em ação e trechos representados pela atriz Gersyka, Anthropoviral Amalgamation faz referência a atual situação pandêmica.
Assista aqui ‘Anthropoviral Amalgamation’
‘Anthropoviral Amalgamation’ traz a temática bio-pós-apocalíptica (um terror futurista e tecnológico) constantemente abordado nas letras do Forceps, desde suas origens em 2006. “O que não imaginávamos, era que viveríamos ainda em nosso tempo, uma realidade tão próxima a que criamos na ficção. Inspirados nessa espécie de premonição, compusemos a ‘Anthropoviral Amalgamation’, que relata um ataque muito similar ao que sofremos atualmente, porém no mundo futurístico do Forceps.”, conta o vocalista Douglas Murdoch.
O clipe conta com direção de Ramon Melo, da Acaso Films, e o single foi gravado no Telus Estúdio com produção do Caio Mendonça (guitarrista do Lacerated And Carbonized). A ilustração da capa é assinada pelo artista Edu Nascimento.
Sobre o Forceps Nascida no ano de 2006 na cidade do Rio de Janeiro, Forceps é formada por Douglas Murdoch (vocal), Bruno Tavares (guitarra), Thiago Barbosa (baixo) e Emmanuel Iván (bateria). A banda tem na discografia três lançamentos oficiais: Corporeality (Demo 2009), Humanicide (EP 2012) e Mastering Extinction (Full 2017). Atualmente está trabalhando em material inédito. No Youtube, tem documentário que retrata a turnê que a banda fez nos Estados Unidos, em 2017.
A banda paulistana Desalmado, que está há 17 anos na estrada, conseguiu nos surpreender mais uma vez. Quando pensávamos que eles atingiram seu auge com Save Us From Ourselves, álbum em que já haviam feito a transição do som do grindcore para o death/grind, eles resolveram ousar e absorver elementos de outras vertentes do metal, como o sludge e o doom. O resultado não poderia ter sido outro: um disco de metal, que já não se pode ser rotulado. É o Desalmado, com suas características marcantes, mas com uma sonoridade que te evoca sentimentos nem sempre tão bonitos, como a raiva, a melancolia e o transborda em pranto.
Mass Mental Devolution vem após o lançamento do EP Rebelião (2020), que contou com duas faixas em português, trabalho no qual encontramos músicas mais rápidas e com muita crítica ao capitalismo e ao neoliberalismo que nos massacra.
Para quem ainda não conhece, antes de falar propriamente sobre o álbum, apresento Caio Augusttus (vocalista), Estevam Romera (guitarrista), Bruno Teixeira (baixista) e Ricardo Nützmann (baterista): Desalmado, banda que está em atividade desde 2004, sem pausas, e com a maioria dos membros fundadores, conta com shows brutais e enérgicos. Se você puder, em 2022, assista uma apresentação, te garanto que a experiência vai trazer alguns roxos, mas você vai agitar no mosh, como se tivesse 17 anos novamente.
OITO MÚSICAS PARA MATAR DEUS
A faixa título desse grandioso trabalho, Mass Mental Devolution é um som porrada, que nos coloca de frente exatamente com a involução mental em massa que os tempos da hiperconectividade trouxeram. Com riffs vertiginosos e uma batera na velocidade da luz, com certeza será um dos queridos do público em shows.
O clima pesado da busca pelo seu lugar no mundo e em um sistema excludente, está expressado nos vocais fortes, marcantes e que demonstram o desespero contido de cada indivíduo. Caio canta sobre riffs agonizantes de Estevam Romera, que somados aos graves do Baixo de Bruno e a bateria de Riocardo, que preenche o som como se arrancasse algo da sua alma.
O desespero cede lugar a porrada, em Praise The Lord and KillPeople, música extremamente crítica e com sonoridades mais voltadas ao death metal. Fãs da fase mais metal de Napalm Death vão apreciar.
Quando você perde tudo e o vazio te toma, e você luta continuar, mas é tomado pela melancolia. Se você já passou por isso, vai se identificar com as melodias tristes e peso que Hollow traz em cada camada de sua composição. Destaque para o pranto que soa como um chamado da morte, feito pela cantora argentina Noelia Recalde, que trouxe ainda mais agonia para a música. O sludge metal está presente até às entranhas.
As raízes do grind podem ser reencontradas no death metal em Unity, som para se quebrar e liberar o seu ódio por esse mundo desigual. Unidos para sobreviver e bradar um dos melhores sons do álbum. É um som que conta com muitas características já clássicas do desalmado como riffs, passagens de bateria e vocais extremos.
Palhetadas de black metal? Temos também! My Enemy, merece destaque pela masterização que te deixa imerso no som. Não há muito o que escrever, apenas sentir. Para mim, o melhor som do trabalho.
Krisiun está aqui! Sim, está com o solo característico de Moysés Koslene em Outsiders. Outro som que merece muito destaque (sinceramente, é difícil colocar destaques, quando os 8 sons são grandes obras). Aqui encontramos passagens melancólicas e muito bonitas naturais do sludge, que cedem lugar a brutalidade de riffs na pegada black metal, como em uma transição para a explosão de raiva, que chega às passagens mais rápidas mais death metal. O solo do Moysés é a cereja desse bolo negro.
Fechando esse, que pra mim já figura como um dos melhores lançamentos de 2021, temos Your God Your Dictator, o primeiro single lançado do trabalho. Uma crítica voraz às religiões e suas guerras, que na realidade escondem outros interesses. Os deuses do capitalismo que fazem povos se matarem em nome da fé. O clima do som é pesado, com passagens ora mais brutais, ora mais rápidas. Aqui exaltamos a bateria que está incrível. Como diria o próprio Caio, Ricardo toca gostoso. rs
Nota: 10/10
Estamos ansiosos para ver a banda levar o nome do metal brasileiro para a Europa e América Latina em 2022, em grandes festivais como o Obscene Extreme Festival que já anunciou a presença da banda. Desalmado é um dos nossos grandes orgulhos da cena nacional.
Forceps, potência carioca do death metal, acaba de divulgar a capa de seu novo single, ‘Anthropoviral Amalgamation’, que estreia em breve. A ilustração pesada, intensa e agressiva traz todos os contextos e narrativas do universo do death metal e é assinada pelo artista Edu Nascimento.
‘Anthropoviral Amalgamation’ trabalha o terror futurista e tecnológico com temática bio-pós-apocalíptica, um cenário que sempre fez parte das letras do Forceps desde suas origens em 2006. “O que não imaginávamos é que viveríamos ainda em nosso tempo uma realidade tão próxima à que criamos na ficção. Inspirados nessa espécie de premonição, compusemos a “Anthropoviral Amalgamation”, que relata um ataque muito similar ao que sofremos atualmente, porém, no mundo futurístico do Forceps”, diz o vocalista Douglas Murdoch.
‘Anthropoviral Amalgamation’ foi gravada no Tellus Studio e produzida por Caio Mendonça, guitarrista da banda Lacerated and Carbonized, também do Rio de Janeiro. O trabalho ganhou merchandising especial com camiseta disponível em pré-venda e com desconto de lançamento na loja virtual da banda em forceps.lojaintegrada.com.br.
Sobre o Forceps
Nascida no ano de 2006 na cidade do Rio de Janeiro, Forceps é formada por Douglas Murdoch (vocal), Bruno Tavares (guitarra), Thiago Barbosa (baixo) e Emmanuel Iván (bateria). A banda tem na discografia três lançamentos oficiais: Corporeality (Demo 2009), Humanicide (EP 2012) e Mastering Extinction (Full 2017). Atualmente está trabalhando em material inédito. No Youtube, tem documentário que retrata a turnê que a banda fez nos Estados Unidos, em 2017. Crédito da foto: Daniel Croce
Da esq: Emmanuel Ivan (baterista), Doug Murdoch (vocal), Bruno Tavares (Guitarrista), Thiago Barbosa (Baixista) – Crédito: Daniel Croce
O quarteto de Death Metal carioca Forceps acaba de lançar em seu canal no YouTube cinco episódios do documentário sobre a ‘Mastering Exctinction USA Tour’, turnê que a banda realizou nos Estados Unidos em 2017, em um giro de 25 shows em 31 dias que percorreu quase 12 mil quilômetros em 15 estados.
A turnê começou em 13 de outubro de 2017, em Denver, e foi finalizada em 12 de novembro de 2017, em Kansas City. O documentário começa mostrando a preparação do Forceps para a maratona de shows, desde a compra de equipamentos, os ensaios já nos Estados Unidos até dificuldades de última hora que a banda teve de enfrentar, como problemas com a companhia aérea e atrasos na entrega do merch oficial da banda.
O Forceps realizou a turnê de divulgação do álbum ‘Mastering Extinction’, álbum também lançado em 2017, em um motorhome. O veículo é basicamente uma casa com um motor, com banheiro, cozinha e camas que facilita a logística pela estrada.
Além de cenas de bastidores, das apresentações e da recepção calorosa que a banda recebeu dos fãs norte-americanos, o documentário ‘Mastering Exctinction USA Tour’ é um excelente registro de como uma banda independente deve se organizar para levar sua música para o exterior.
Sobre o Forceps
Nascida no ano de 2006 na cidade do Rio de Janeiro, Forceps é formada por Doug Murdoch (vocal), Bruno Tavares (guitarra), Thiago Barbosa (baixo) e Emmanuel Iván (Bateria). A banda tem na discografia três lançamentos oficiais: Corporeality (Demo 2009), Humanicide (EP 2012) e Mastering Extinction (Full 2017). Atualmente está trabalhando material inédito que deve ser lançado em julho deste ano.
A produção de The Conqueror Worm aconteceu nos últimos quatro anos em um período agitado de shows para a banda que decidiu por uma produção cautelosa e detalhista onde o grupo mostra sua polivalência ao trazer para a produção seus próprio integrantes.O vocalista e guitarrista Bruno Añaña responde pela gravação e mixagem e a arte da capa é do ilustrador e baterista Douglas Veiga.
Postmortem Inc encara a música que faz e suas artes como veículos de comunicação e não foge de se posicionar contra a opressão e o facismo. “Ainda que com metáforas, nossas composições tendem à rebeldia, luta contra o sistema e a desesperança na raça humana”, conta o baterista Douglas Veiga.
A banda passeia por muitas camadas do som extremo, do old school à modernidade e conversa com quem curte brutalidade sonora em todas as suas formas. Nile e Krisiun são referências para doses de velocidade e técnica além de bandas como Deicide, Death, Cannibal Corpse e Morbid Angel.
O Verme Vitorioso, poema de Edgar Allan Poe, foi inspiração para a capa de ‘The Conqueror Worm’. O texto fala sobre a tragédia da vida humana, cheia de mazelas e desventuras, e, na visão do autor, como sendo apenas um momento da cadeia alimentar dos vermes. O nome “The Conqueror Worm” foi sugestão do guitarrista Mou Machado.
Visualmente, a inspiração da capa veio de gravuristas e pintores como Goya, Rembrandt e Durer, e dos modernos que trabalharam com música pesada como Marcos Miller (Exterminate, Bloodwork, Dyingbreed), Ed Repka, Par Ollofsson e Joe Petagno (Sepultura . Beneath the Remains), explica Douglas Veiga.
Na discografia Postmortem Inc têm a demo ‘Out of Tomb’, os EPs ‘Atra Mors’, ‘Within the Carcass’, ‘Confront Your Fears/Warfield Earth’ e o split ‘Sepulcro Eterno’. Dividiu shows com grandes nomes da música extrema como Dark Funeral, Possessed, Obituary, Krisiun, Ratos de Porão e Deicide.
Postmortem, nome original da banda foi inspirado na música homônima do Slayer, grande influência no início da carreira. Recentemente o Postmortem acrescentou ‘Inc’ ao nome e passa agora a ser Postmortem Inc. A mudança aconteceu para facilitar as buscas pela banda e evitar o conflito com outra banda chamada Postmortem, da Alemanha.
A banda está na estrada desde 2004 é Bruno Añaña (vocal e guitarra), Mou Machado (guitarra), Juliano Pacheco (baixo) e Douglas Veiga (bateria).
O Rio Grande do Sul é uma escola quando se trata de death metal. Da terra de onde saiu o Krisiun, não poderíamos esperar nada menos brutal. Conversamos um pouco com a banda de Pelotas, Postmortem Inc, que para nós é a grande promessa de estouro do metal brasileiro.
Conte um pouco sobre a trajetória da banda. Ano de formação, integrantes, discografia…
Douglas: A banda iniciou os trabalhos em 2004, em Pelotas/RS, 4 amigos querendo fazer som pesado, do thrash ao Death metal, Bruno e Daniel Añaña na guitarra e baixo, respectivamente, Douglas Veiga na bateria e Willian Knuth no vocal. Essa formação durou pouco, em seguida Matheus Heres assumiu o baixo e deixamos de lado os covers e começamos a compor material para uma demo. Durante as gravações da demo “Out of Tomb”, em 2006/2007, Willian saiu da banda, Bruno assumiu os vocais e Mou Machado entrou como segundo guitarrista. Nossa demo teve um longo alcance, com distribuição na Alemanha, França, Malásia, Canadá e Peru. Nessa época, ganhamos notoriedade na cena local, o que nos rendeu um longo período de muitos shows pelo estado.
Em 2010, Matheus saiu da banda e Juliano Pacheco entrou como baixista, fechando a nossa formação atual. Resolvemos lançar mais material em 2013, o EP “Atra Mors”, com 2 músicas inéditas e uma regravação de “Possession of Spirit and Flesh”, lançado pela Rapture Records, Blasphemic Arts e Rock Animal. Em 2014 lançamos o EP “Within the Carcass” pela Cianeto Discos, com 3 músicas inéditas e uma regravação de “Decomposition on High Degree”. Esses dois Eps foram unidos e foi lançado em 2016 como Split com a banda Casket Grinder, da Colômbia, sob o nome de “Sepulcro Eterno” lançado pela Tribulacion Records.
Sempre na ativa, tocando onde rolar e do jeito que der, seguimos a nossa trajetória, que no momento está direcionada pro lançamento do nosso primeiro full-lenght, chamado “The Conqueror Worm”.
Recentemente vocês incluíram o INC ao nome da banda. Falem um pouco sobre a alteração.
Mou: Fizemos essa pequena alteração no nome por questões legais e para facilitar as buscas pelo nosso material, pois éramos frequentemente confundidos com outra banda chamada Postmortem, da Alemanha. Já estávamos há tempos pensando sobre a mudança de nome para acabar com essa confusão, quando iniciamos o processo de registro das nossas novas músicas foi o momento de decidir. Apesar da mudança, parafraseando o Juliano, “se chamar Postmortem a gente atende” hahahahah.
Vocês tem se destacado na cena death metal brasileira, e estão todos ansiosos para o lançamento do full album. Nos contem um pouco sobre o processo de gravação desse material.
Douglas: Esse material novo foi lapidado por uns 4 anos, período em que fazíamos vários shows e queríamos entrar em estúdio com as músicas prontas e afiadíssimas. Somos muito detalhistas e refizemos várias vezes antes de estarmos confiantes para de fato gravar. Gravamos as baterias num estúdio familiar à nós, o Bokada Estúdios, do nosso querido amigo e apoiador da cena, Marcelo Rubira. Cordas e vozes foram gravadas no estúdio do Bruno, Brut Áudio, onde ele também mixou. Aliás, o Bruno responde por toda gravação e mixagem. Fui responsável pela arte da Capa, design do encarte e também pelas letras.
Mou: O processo de composição foi longo, pois trabalhamos bastante para que soasse como um disco, e também foi bem variado, com músicas colaborativas e individuais. Na época eu morava em outra cidade, então nos juntamos apenas em alguns finais de semana para ensaiar e organizar as composições, o que acabou tornando o processo mais lento, mas estamos muito satisfeitos com o resultado.
O clipe de “State of Conspiracy” vem sendo muito elogiado e vocês anunciaram o lançamento de um lyric video de “Forgotten Decay”. Nos contem sobre a importância das produções digitais em época de pandemia e como a ausência de shows tem impactado a banda.
Mou: Eu diria que as produções digitais são muito importantes nos tempos atuais, a pandemia só deixou isso mais evidente. Esse tipo de conteúdo se tornou a forma praticamente exclusiva de mostrar os trabalhos realizados nesse período maldito. O plano inicial era filmar um clipe com roteiro e captação de cenas inéditas, mas dadas as condições tivemos que pegar registros de shows feitos antes da pandemia e transformar em um clipe. Gostamos do resultado e a repercussão está sendo bastante positiva!
A ausência de shows está nos matando hahahahah, pois somos uma banda que topa qualquer parada pra tocar, desde que seja viável. Lançar o novo disco sem um show vai ser bem chato, mas nos deixa mais pilhados para quando a oportunidade surgir de novo.
Indiquem 5 bandas de death metal nacionais que vocês ouvem e recomendam.
Mou: Somos grandes consumidores de bandas da região, pois são as bandas que dividem os palcos conosco no circuito gaúcho. Das bandas na ativa, indicamos Exterminate, Bloodwork, Burn the Mankind, Horror Chamber e Atropina. Dica bônus: Uma banda de thrash mas com um pézinho no death, Necromatório.
Douglas: Gostaria de citar além destas que o Mou citou, as bandas Khrophus, Lacerated and Carbonized, Clawn, Bloody Violence e Mawashi Geri.
Falem um pouco sobre a parceria com a Rapture Records e a importância dos selos no Brasil.
Douglas:Já conhecíamos o Geni da Rapture desde os primórdios, quando tocamos no Steel Festival, em Criciúma/SC, projeto organizado por ele e que teve mais de 70 edições. De lá pra cá houveram vários contatos ao longo dos anos, e como ele sempre fez um trabalho impecável firmamos mais uma vez a parceria para este disco, que é nosso primeiro Full Length. Acredito que um cena sem selos, não existe, só as bandas não teriam a rede de contatos que se forma através dos inúmeros contatos que um selo traz. Contato este entre público e demais selos e distribuidoras. Sempre trabalhamos de forma independente e na base do “Do it yourself” , e é natural a gente procurar pessoas que têm essa mentalidade. É nessa hora que os selos independentes fazem a diferença e a roda do underground girar.
Pelo último single, vimos que a banda é posicionada ideologicamente. Em tempos obscuros, qual é a importância em levar a mensagem contra o fascismo em letras ou posicionamentos?
Douglas: Nos posicionamos contra a opressão, vinda do estado ou da sociedade como um ser autônomo. Não se posicionar contra o fascismo é escolher o lado do opressor, entendo que por medo de represálias ou algo assim. Porém a música e as artes em geral, para mim, são o veículo mais forte de comunicação. Não usar esse poder é se acovardar. Eu simplesmente não consigo ver o caos que estamos mergulhados e não falar nada, não escrever sobre. Mesmo que seja metaforicamente, minha escrita tende à rebeldia, a luta contra o sistema, e claro a desesperança na raça humana. As letras expõem o lado podre do ser humano com suas alienações mundanas, seus medos e seus delírios obscuros, incluindo profundas alegorias de cunho social.
Obrigado pela atenção e esse espaço é de vocês. Deixem contatos e as considerações finais.
Mou: Agradecemos pela oportunidade, esperamos que gostem do nosso trabalho a ser lançado em seguida e não vemos a hora de ir tocar na região Nordeste do país, sempre ouvimos falar muito bem da cena! Grande abraço para todos e vida longa ao canal!
Douglas: Muito obrigado pelo espaço, esperamos poder voltar a tocar em breve e com certeza ainda vamos tocar pela região nordeste
Nos sigam nas redes para acompanhar os lançamentos:
A banda paulista Setfire, original de Mauá, tem sido muito assídua nessa quarentena. Eles lançaram um full album, dois clipes, playthrough de guitarra e agora sessões de quarentena. E eles querem que a chama se espalhe ainda mais. Confira a entrevista que fizemos com eles.
Conte um pouco sobre o início da banda e a trajetória para chegar até aqui.
Antes do Setfire, tínhamos uma banda Cover de Sepultura+Pantera, chamada Territory Hostile. O Setfire é um banda de Thrash Metal paulista, oriunda da cidade de Mauá/SP, formada em Junho de 2009 com foco em composições próprias e com fortes influências de bandas como Pantera, Sepultura, Torture Squad, Death, Slayer, Lamb of God entre outras. Em 2010 lançamos o EP Deserted Land com 5 faixas, o qual rendeu muitas críticas positivas em sites, revistas, rádios, tanto no âmbito nacional quanto internacional, desse EP lançamos dois videoclipes das músicas Envy Shit e Revolution of Machines. Em 2015 o “Deserted Land” foi relançado na versão de fita cassete pela gravadora Norte americana Hotarex, remasterizado e com a capa redesenhada. A banda promove um Festival titulado “Setfire Fest” desde 2014 na cidade de Mauá-Sp, com a intenção de abrir espaço para as bandas do cenário independente apresentarem seus trabalhos, reunir o público para prestigiar o evento e fortalecer a Cena Rock/Metal na região Abc Paulista. Já foram realizadas 5 edições do Setfire Fest, com participações de bandas como: Vooodoopriest, Attomica, Vírus, Distraught entre outras. A formação atual da banda conta com Artur Morais nos vocais, Michael Douglas e Fernando Ferre nas guitarras, Felipe Jeronymo no contrabaixo e Nikolas Marcantonatos na bateria. Lançamos recentemente o nosso mais novo álbum Spots of Blood nas plataformas de Streaming e em mídia física. Desse CD, lançamos dois clipes das músicas Paralyzed e Paranoia, e um Lyric Video para a música Careless.
Em meio a pandemia e a impossibilidade da realização de tours, muitas bandas tem adiado os lançamentos, no entanto vocês optaram por lançar o excelente álbum Spots of Blood e dois clipes, que tem sido muito elogiados. Por que escolheram manter o lançamento? Isso impactou a resposta do público?
Nesse período de Pandemia a grande maioria das pessoas estão mais conectadas a internet, aproveitamos essa oportunidade para lançar o Spots of Blood em todas plataformas de Streaming juntamente com os clipes e estamos trabalhando fortemente nas Quarentine Sessions, que inclusive já foram lançados dois vídeos das músicas Nordeste e Revolution of Machines no nosso Canal do YouTube. A resposta do público vem sendo muito satisfatória, tanto relacionado ao Spots of Blood, quanto aos clipes lançados, estamos recebendo muitos elogios e um enorme reconhecimento da galera.
Vemos um Setfire mais maduro nesse trabalho. Como foi o processo de gravação do Spots of Blood?
Na época que lançamos o EP Deserted Land, logo após começamos a trabalhar nas composições do Spots of Blood, porém quando estávamos compondo a sexta música, conhecida hoje como Paralyzed, teve a saída do baterista Alex Momi da banda. Em 2013 o baterista Alex Kruppa assumiu o posto e reiniciamos o processo de composição das músicas, mas ele também deixou a banda após um período de 1 ano e meio. Em 2014 o baterista Daniel Balbinot entrou na banda, compôs a batera de todas as músicas e gravou o Spots of Blood na íntegra. Por esses motivos tivemos um bom tempo para amadurecer as composições e deixá-las cada vez mais próximas do que tínhamos como objetivo. O processo de composição da banda sempre foi bem democrático, todos integrantes davam suas opiniões em toda a estrutura da música, desde as linhas vocais até a batera, tudo de uma forma bem organizada e numa boa parceira. O interessante nisso tudo é que cada um conseguiu colocar um pouco de sua influência nas músicas e ficamos muito satisfeitos com o resultado. Com as músicas prontas fomos ao mesmo estúdio que gravamos o EP Deserted Land, chamado Acústica, localizado na cidade de São Caetano do Sul-Sp. O Danilo Pozzani foi responsável pela produção, mixagem e masterização do Disco e fez um trabalho extraordinário, os toques dele na produção das músicas foram essenciais para fazermos os últimos ajustes que precisava antes de iniciarmos as gravações.
Vocês divulgaram um vídeo muito bacana da participação do Vitor Rodrigues (ex Torture Squad e ex Voodoopriest) na música “The Thin Line”. Contem um pouco sobre essa parceria.
A amizade com o Vitor Rodrigues existe desde o lançamento do nosso EP Deserted Land em 2010, numa apresentação do Torture Squad entregamos o material pra ele na época e pouco tempo depois, ele enviou um e-mail pra banda com uma resenha extremamente detalhada de cada faixa do disco, ficamos muito felizes e impressionados com a atitude dele, daí em diante continuamos mantendo contato e essa amizade só se fortaleceu com o tempo. Convidamos ele para dividir os vocais com o Artur Morais na música The Thin Line e ele aceitou numa boa participar, tudo aconteceu de forma bem natural, o Artur entrou em contato com ele e o deixou a vontade para cantar nas partes que ele achasse melhor e se sentisse mais a vontade, não teve nenhuma regra. Ele curtiu demais a música e no estúdio arregaçou nos vocais (risos), cantou literalmente com a alma e se sentiu muito bem, dizendo pra gente que havia sido uma das melhores participações que ele havia feito, pela forma natural que aconteceu.
Por que vocês optaram por letras em inglês? Qual é a temática das letras que compõe o álbum?
A escolha do idioma foi para atingir de forma universal todos os públicos e facilitar as aberturas de portas pra banda com o resto do mundo. A parte literária da banda sempre foi pautada ao protesto à pobreza, o alerta ao crescimento tecnológico e seu impacto na história, as atitudes de violência e revolta geradas pelo estilo de vida que a sociedade impõe e o cotidiano das interações humanas. E nesse CD não foi diferente, o álbum Spots of Blood retrata em cada letra, as “manchas de sangue” deixadas pelo homem por suas atitudes erradas e decadentes ao longo da história, vale a pena ler com calma e refletir sobre o tema de cada letra. Temos uma música com a letra em português no álbum, chamada Macaco ou o Rato, que retrata a alienação da mídia sobre a sociedade.
Indiquem 3 bandas nacionais independentes que vocês gostam e ouvem o som.
Krisiun, Claustrofobia e Korzus.
Após a pandemia, podemos esperar uma tour aqui no nordeste?
Temos a pretensão de fazermos uma turnê “pós-pandemia” para divulgação do Álbum em âmbito nacional e dando tudo certo, com certeza na nossa rota o Nordeste estará incluso.
Obrigado pela atenção. Deixem uma mensagem para o público.
Primeiramente gostaríamos de agradecer ao Moisés Duarte do blog “O Colecionador – Música independente” pela abertura do espaço para falarmos um pouco sobre o trabalho e história do Setfire.
E mandar um abraço e agradecimento a todos os nossos fans(Firebangers), que acompanham nosso trabalho e são o combustível para as chamas do Setfire, sem vocês nada disso faria sentido!!!
Quem não conhece ainda o nosso trabalho, acesse os links abaixo para conferir:
Para mim é motivo de muita alegria encontrar projetos e bandas dentro do metal que falem sobre a ancestralidade, denunciem a diáspora e a atual segregação do preto no Brasil e mundo. Bandas como Black Pantera, Desalmado, Crexpo, Punho de Mahim dentre outras estão em atividade e tem muita importância nesse espaço. Para somar forças a essa galera, a banda Quilombo apresenta seu primeiro trabalho, a Itankale.
Com inspiração na realidade vivida pelo povo preto desde sempre, o EP conta com seis músicas, com lançamento pela Sangue Frio Produções.
Buscando fugir da historiografia contada pelo povo opressor (que tentam justificar o injustificável), as letras contam com um estudo aprofundado, além da participação do percussionista Binho Gerônimo, que trouxe elementos originários da África no EP. Resumidamente, o lançamento fala da cultura africana e seus descendentes, com a Diáspora africana; como a cultura e costumes se espalharam pelo globo, sincretismos, intercâmbios de ambos os lados, que moldaram algumas partes do mundo, como é nosso caso aqui no Brasil.
Faixa a Faixa
“Melanina” abre o EP com um cântico africano, que dá lugar ao death metal oitentista, com vocal potente e riffs poderosos. É um som mais longo, mas nem por isso cansativo. “Ancestralidade” começa com um blues que cede o espaço a um metal um pouco mais cadenciado, com melodias tensas. “Treze Nações” começa ao som de um berimbau e palmas típicas da capoeira, seguidas da brutalidade em pedal duplo e riffs na velocidade da luz. Na sequência temos “Descendentes de Reis” que também conta com uma introdução de cânticos africanos. É um som curto e impactante, que vale a pena de ser ouvido mais uma vez para se prestar atenção aos detalhes. “Semideusas” é o som que eu mais curti, é daqueles que a gente bangueia e abre o circle pit. Tem referências de Morbid Angel e Napalm Death. Fechando o EP, temos “Diáspora” que é um murro de brutalidade na nossa cara. Destaque para o vocal raivoso.
O trabalho está muito bom, necessitando de alguns acertos de mix e master apenas, mas criativo em composições instrumentais, vocais muito bem encaixados, com potência e precisão e temática mais que necessária. Eu, como homem preto e nordestino dentro do metal, só tenho a agradecer por esse trabalho.
VERMIIS, é um projeto criado por David Barroso, guitarrista de death metal de Fortaleza das bandas Krenak, Decomposing e da gravadora Maximum Violence Productions e Alcides Burn, ex-vocalista da banda Inner Demons Rise do Recife.
Logo após os primeiros contatos e idéias formadas, Cláudio Slayer, baixista do Expose Your Hate, Son of a Witch e Open the Coffin de Natal, se junta ao projeto para gravação do baixo.
Em breve seu primeiro single, intitulado The Disgusting Path of Humanity, será lançado, a temática é toda voltada ao caminho que a humanidade trilha, a sobrevivência em meio a todo caos (política, religião, violência…).
Deixando claro que por enquanto o VERMIIS é apenas um projeto voltado a criação de músicas e divulgação das mesmas.
As influências são diversas do bom e velho Death Metal.
Ficou ainda mais fácil encontrar o atual trabalho da banda pernambucana PANDEMMY dentre os aplicativos de streaming e download do mundo.
O split álbum “Obliteration”, lançado em maio deste ao ano ao lado dos italianos do Abscendent, foi disponibilizado pela Sangue Frio Records e pode ser conferido pelos links abaixo: